Diretor de “O Brutalista” defende filme após polêmica com IA

Brady Corbet, 36, diretor de “O Brutalista” defendeu as atuações de Adrien Brody, 51, e Felicity Jones, 41, após o filme ser criticado por usar tecnologia de inteligência artificial.

O editor do longa, Dávid Jancsó, contou como os cineastas usaram ferramentas da empresa ucraniana Respeecher para ajustar o diálogo em húngaro dos dois astros, a fim de torná-lo mais autêntico, o que gerou uma reação negativa.

No entanto, o diretor explicou que a tecnologia “inovadora” foi usada com cuidado na pós-produção apenas para “refinar” sons com precisão. Brady disse ao The Hollywood Reporter em um comunicado: “As performances de Adrien e Felicity são completamente deles.

Eles trabalharam durante meses com a treinadora de dialeto Tanera Marshall para aperfeiçoar os sotaques. A tecnologia inovadora da Respeecher foi usada apenas na edição do diálogo em húngaro, especificamente para refinar certas vogais e letras com precisão.

Nenhum diálogo em inglês foi alterado. Este foi um processo manual, feito pela nossa equipe de som e pela Respeecher na pós-produção. O objetivo era preservar a autenticidade das performances de Adrien e Felicity em outra língua, não substituí-las ou alterá-las, e foi feito com o maior respeito pelo ofício.”

Dávid havia elogiado as atuações de Adrien e Felicity, mas explicou que pequenas alterações eram necessárias para aprimorar sons específicos do húngaro, para que soassem precisos para os falantes nativos. Sua própria voz foi usada como modelo para o sistema, e os dois atores gravaram suas próprias vozes para a IA.

Ele explicou em uma entrevista ao Red Shark: “Sou falante nativo de húngaro e sei que é uma das línguas mais difíceis de aprender a pronunciar. Se você vem do mundo anglo-saxão, certos sons podem ser particularmente difíceis de entender. Diante de restrições financeiras apertadas, o orçamento total do filme foi inferior a US$ 10 milhões, fomos muito cuidadosos para manter as performances deles. É principalmente só substituir letras aqui e ali”, explicou.

“Você poderia fazer isso no ProTools, mas tínhamos tanto diálogo em húngaro que realmente precisávamos acelerar o processo, caso contrário ainda estaríamos na pós-produção.”

O editor também revelou que a IA generativa foi usada em uma sequência no final do filme, como parte da inspiração para uma série de desenhos arquitetônicos e edifícios finalizados criados pelo personagem de Adrien, Laszlo Toth, embora os próprios designs tenham sido desenhados à mão.

Mas Dávid não acha que deveria haver qualquer polêmica quanto ao uso da tecnologia. “É controverso na indústria falar sobre IA, mas não deveria ser. Devemos ter uma discussão muito aberta sobre quais ferramentas a IA pode nos oferecer.

Não há nada no filme usando IA que não tenha sido feito antes. Ela apenas torna o processo muito mais rápido. Usamos IA para criar esses pequenos detalhes que não tínhamos dinheiro ou tempo para filmar. [A designer de produção] Judy Becker e sua equipe não usaram IA para criar ou renderizar nenhum dos edifícios.

Todas as imagens foram desenhadas à mão pelos artistas. Para esclarecer, no vídeo memorial exibido ao fundo de uma cena, nossa equipe editorial criou imagens intencionalmente desenhadas para parecerem renderizações digitais ruins, típicas dos anos 1980.”

No Brasil, “O Brutalista” chega aos cinemas em 2 de fevereiro.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Diretor de “O Brutalista” defende filme após polêmica com IA no site CNN Brasil.

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