Haddad descarta comprometer espaço do orçamento para baratear alimentos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou a possibilidade de usar o espaço fiscal no orçamento para baratear o preço dos alimentos. Segundo o chefe da equipe econômica, “não tem nada disso no horizonte”.

A avaliação do ministro é de que a alta do dólar foi responsável pelo impacto no preço dos alimentos. Haddad afirma que quando a moeda americana se acomodar, isso “afetará favoravelmente os preços também”.

“Ninguém está pensando em utilizar o espaço fiscal para esse tipo de coisa. O que nós sabemos é que o que afetou o preço dos alimentos, basicamente, especialmente leite, café, carne e frutas, é que são commodities, são bens exportáveis, fazem parte da nossa pauta de exportações”, disse a jornalistas nesta quinta-feira (23).

“Então, quando o dólar aumenta, isso afeta os preços internos. A hora que o dólar começar a se acomodar, vai afetar favoravelmente os preços também.”

Haddad foi questionado sobre as medidas que o governo vai anunciar para acomodar os preços dos alimentos. A iniciativa foi sinalizada num primeiro momento pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que afirmou que o governo estava estudando “intervenções” nos preços.

À CNN, Costa voltou atrás e disse que o Executivo está elaborando “medidas” para ajustar a inflação de alimentos.

Segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 ficou em 4,83%, puxado pelo preço dos alimentos, que avançou 7,69% no ano, especialmente pela alta na alimentação no domicílio, que subiu 8,23%.

Segundo Haddad, o governo também aposta na “grande safra” que haverá este ano. A expectativa é de uma produção recorde de 322,6 milhões de toneladas até o fim de 2025.

De acordo com o ministro, as previsões da Fazenda mostram que será um bom ano de produção agrícola para todos os itens. “Não vamos ter desfalque nenhum naquilo que é consumido pela população”, frisou.

O chefe da equipe econômica ainda pontuou que estão sendo pensadas, dentro do Plano Safra, possibilidades de diversificar a produção para não ficar “refém” de determinadas regiões.

No ano passado, com as chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul, os preços do arroz saltaram por conta de temores de escassez.

Isso fez com que o governo anunciasse leilões para compra de arroz de outros países, que seriam vendidos a preço único com a logo do governo. Apesar de o certame ter sido realizado, ele foi anulado após investigações de fraudes. Depois, o Executivo desistiu da continuidade de um novo certame.

De acordo com Haddad, a proposta é espalhar as produções para outras regiões do país.

“A questão da sustentabilidade da produção de alimentos, de você eventualmente usar opções de compra para diversificar no território a produção, não localizar a produção de um determinado gênero em um só estado. É você permitir que outros estados possam produzir aquele gênero alimentício para não, no caso de uma enchente ou de uma seca, você não ficar prejudicado e refém de uma concentração”, destacou.

“Isso já está em curso no Plano Safra atual, e nós pretendemos continuar nessa política de fazer com que as culturas, do ponto de vista geográfico, se diversifiquem mais.”

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Haddad descarta comprometer espaço do orçamento para baratear alimentos no site CNN Brasil.

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