Kremlin rejeita relação entre preço do petróleo e guerra na Ucrânia

Um porta-voz do Kremlin afirmou, nesta sexta-feira, que preços mais baixos do petróleo não vão ajudar a acabar com o conflito na Ucrânia, pois não há conexão entre os dois. A declaração vem após comentários feitos pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na quinta-feira (23), durante seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

“Não. Este conflito não depende dos preços do petróleo”, afirmou Dmitry Peskov.

O porta-voz também rejeitou a declaração de Trump de que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está pronto para negociar, afirmando que Zelensky “não pode estar pronto para um acordo”, dado que ele, por decreto, se proibiu de negociar com Putin.

“Para chegar a um acordo, as negociações são essenciais, e Zelensky as proibiu”, disse Peskov, em referência ao decreto assinado pelo líder ucraniano em outubro 2022 que declarava a “impossibilidade de manter negociações com o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin“.

Falando a líderes globais de governo e negócios reunidos em Davos, Trump pediu aos produtores estrangeiros de petróleo que ajudassem a reduzir os preços da energia, argumentando que o petróleo mais barato ajudaria a acabar com a guerra na Ucrânia, que a Rússia financiou parcialmente por meio de suas receitas de petróleo.

O preço do petróleo é definido pelos mercados globais, embora seja influenciado pela quantidade de petróleo bombeado pela Arábia Saudita e outros grandes produtores. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) tem sustentado os preços restringindo a produção. A OPEP compete diretamente com a indústria petrolífera dos EUA, cujo apoio ajudou a eleger Trump.

“Se o preço [do petróleo] caísse, a guerra Rússia-Ucrânia terminaria imediatamente”, disse Trump. “Agora mesmo, o preço está alto o suficiente para que a guerra continue.”

Trump: Zelensky está pronto para negociar acordo de paz | CNN PRIME TIME

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