FPA defende expansão de armazéns e silos para reduzir preços de alimentos

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) defende a ampliação da capacidade de armazenagem no Brasil como uma estratégia para reduzir os custos dos alimentos e garantir maior estabilidade ao setor produtivo.

Segundo o vice-presidente da bancada, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), a melhoria na armazenagem pode beneficiar diretamente o consumidor final.

“Quando não há espaço suficiente para estocar a produção, o produtor é forçado a vender rapidamente, muitas vezes a preços menores. Com uma estrutura adequada, conseguimos equilibrar a oferta e evitar oscilações que encarecem os alimentos”, afirmou a jornalistas neste sábado (1º).

Jardim ressaltou que essa questão pode ser uma solução importante para o governo no desafio de diminuir a inflação de alimentos. De acordo com ele, a proposta é ajustar o Programa de Construção de Armazéns (PCA), que integra o plano Safra.

A ideia é criar novas linhas de financiamento para expandir a capacidade de armazenagem.

“Hoje, o principal programa de armazenagem no país é o PCA, Programa de Construção de Armazéns. No último plano Safra, ele contou com um valor muito pequeno, que se esgotou rapidamente. Então, acredito que precisamos de mais linhas de financiamento para armazenagem”, destacou.

O PCA visa melhorar a infraestrutura de armazenamento de produtos como soja, milho e arroz. O programa contribui para a redução de perdas pós-colheita, maior segurança alimentar e escoamento da produção em momentos mais favoráveis de mercado.

Além de financiar a construção, ampliação ou modernização de armazéns, a iniciativa também oferece incentivos fiscais e apoio técnico aos produtores.

No Plano Safra do ano passado, o PCA recebeu um aporte de R$ 7,8 bilhões, um aumento de 17,4% em relação aos R$ 6,65 bilhões liberados em 2023. Contudo, os setores consideram os valores ainda insuficientes para a produção no país.

“Armazenagem é uma resposta muito rápida. Armazéns são estruturas que podem ser montadas com agilidade, sem grandes impactos ambientais. Hoje, entre o que se produz e o que chega à mesa, algumas culturas têm uma perda de até 30%, e em alguns casos, mais. Ou seja, ter uma estrutura de armazenagem ajuda a evitar flutuações de preços e torna o processo mais eficiente”, explicou.

O parlamentar também ressaltou que as medidas para reduzir os preços dos alimentos não podem ser “artificiais” e devem, na realidade, incentivar a produção. Ele citou o leilão de arroz do ano passado, que não foi bem-sucedido, mas não descartou a possibilidade de reduzir a taxa de importação para “alguns produtos”.

Jardim ainda defendeu a derrubada do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a isenção a Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e aos Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas de Agronegócio (Fiagros), na regulamentação da reforma tributária sancionada em janeiro.

Segundo ele, a rubrica de investimento é uma das linhas que pode ampliar o financiamento da construção de armazéns e silos.

“O próprio Fiagro é uma das linhas usadas para construir armazéns, ampliar o uso de silos. Hoje, temos silos que podem ser montados de forma mais ágil, como aqueles grandes big bags feitos na própria fazenda, com tecnologia avançada. E os Fiagros são instrumentos que possibilitam isso”, pontuou.

A Frente tem um encontro marcado com o ministro da Advocacia Geral da União, Jorge Messias, para a próxima quarta-feira (5), às 16h, com o objetivo de negociar a derrubada do veto. Na época, o governo justificou a retirada do trecho da regulamentação com base em “questões jurídicas”.

Este conteúdo foi originalmente publicado em FPA defende expansão de armazéns e silos para reduzir preços de alimentos no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.