Após polêmicas e mortes em abordagens, PM inicia curso para lidar com pessoas em surto


Só em 2024 foram três ocorrências com pessoas baleadas. Em dois casos, as vítimas acabaram morrendo após serem atingidas com vários tiros. PMs participando de curso de treinamento para abordagem de pessoas em surto psicótico, em Palmas.
PM-TO/Divulgação
A Polícia Militar do Tocantins iniciou nesta quarta-feira (31) a primeira turma do curso de Intervenção em Situação de Emergência Psiquiátrica. A formação foi organizada após pelo menos três abordagens polêmicas a pessoas em situação de surto, em 2024. Em dois casos as vítimas acabaram sendo mortas a tiros por policiais militares.
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O caso mais recente e mais polêmico foi a morte do caminhoneiro Iranilton da Silva Santos, em Araguaína. A abordagem foi registada em vários vídeos publicados nas redes sociais. Ao g1, especialista apontou possível falha técnica e de qualificação entre os militares.
Antes desse caso, em março de 2024, o idoso Arnaldo Ferreira de Souza, de 73 anos, foi morto com cinco tiros dentro da própria casa, após a PM ser chamada para ajudar o Samu a contê-lo durante surto, em Palmas. No mê seguinte uma adolescente foi baleada durante um surto em Araguaína.
Arnaldo Ferreira de Souza e Iranilton da Silva Santos foram mortos durante abordagens da PM
Arquivo Pessoal
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Formação foi anunciada por comandante
O curso de formação foi anunciado pelo comandante-geral da PM, coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, dias após a repercussão do vídeo que mostra Iranilton da Silva sendo morto por militares.
Segundo a PM, 66 policiais militares participam da primeira instrução, sendo três de cada unidade operacional da PM. Eles se tornarão multiplicadores do curso.
A primeira turma inicia em Palmas com 13 participantes e a instrução ocorrerá na sede do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da PMTO.
“O curso tem como objetivo aprimorar o conhecimento técnico e otimizar o processo de abordagem policial nas primeiras intervenções em situação de emergência psiquiátrica, solidificando a padronização das ações e reduzindo a possibilidade de erros”, informou a PM.
A formação tem uma carga horária de 30 horas aulas, distribuídas em três dias. Serão aplicadas disciplinas como: uso seletivo da força; gerenciamento de crises policiais; tipologia e diferenças de indivíduos mentalmente perturbados; técnicas e táticas de Negociação e direitos humanos, além de oficinas práticas.
“A implementação deste curso visa fortalecer a capacidade da Polícia Militar em lidar com situações de crise de maneira eficiente e humanizada, contribuindo para a excelência do serviço de segurança pública e a proteção dos direitos humanos no estado do Tocantins”, afirma a PM.
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