Incêndio no RJ: Governo encontra resíduos oleosos na Baía de Guanabara   

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) identificou nas águas da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, resíduos oleosos provenientes do entorno da empresa de óleo que foi atingida por um incêndio de grandes proporções, no último sábado (8), na Ilha do Governador. 

Conforme apurado pela CNN, o órgão usou 2 km de barreiras para conter o material, com o intuito de evitar a dispersão do resíduo para outras áreas.

As chamas, que tiveram início na tarde do último sábado (8), só foram completamente extintas no domingo (9). A empresa atingida pelo incêndio informou ao Inea que recolheu, aproximadamente, 280 metros cúbicos de resíduos oleosos da água.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) investigará as causas e consequências do incêndio, por meio de medidas cabíveis para garantir a devida reparação dos impactos ambientais.

Como parte das providências imediatas, foi requisitado ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea), nesta segunda-feira (10), um relatório técnico detalhado sobre a operação da fábrica e as possíveis causas do incêndio.

O MPRJ destacou ainda que os impactos ambientais provocados pela unidade já eram objeto de atuação da promotoria antes do incidente, por meio de uma Ação Civil Pública ajuizada em 2013 contra a ExxonMobil Química, então proprietária da fábrica, devido à contaminação ambiental causada pela operação do local.

Com a venda da fábrica, a Cosan assumiu as obrigações judiciais do processo. Em 2024, a empresa manifestou interesse em firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPRJ, visando a reparação dos danos ambientais causados pela operação da fábrica.

Entretanto, as negociações não foram concluídas, devido à complexidade técnica para a definição do valor da indenização. Agora, com o incêndio, qualquer tratativa de TAC está suspensa até que sejam apuradas integralmente as causas do acidente e seus impactos ambientais, de acordo com a promotoria.

A Justiça concedeu liminar favorável ao MPRJ, determinando que a empresa executasse medidas emergenciais para evitar novos impactos ambientais. A decisão foi mantida pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), mesmo após inúmeros recursos apresentados pela ExxonMobil e, posteriormente, pela Cosan.

Contudo, o julgamento do mérito da ação ainda não ocorreu, devido a dificuldades na realização de perícias técnicas e a um erro cartorário que resultou no arquivamento equivocado do processo. Os autos foram reconstituídos em novembro de 2024, e o MPRJ cobrará junto ao tribunal a retomada do julgamento.

A CNN entrou em contato com a Cosan e com a Moove, empresa responsável pela fábrica, e aguarda retorno.

O incêndio

O fogo começou no meio da tarde de sábado (8), em uma fábrica de óleo na região da Ilha do Governador, zona norte da capital fluminense.

Segundo a Moove, empresa responsável pela fábrica, o local não estava em funcionamento. O foco de incêndio começou próximo a uma das linhas de produção. Em nota, a empresa destacou que os protocolos de segurança necessários foram aplicados.

O Corpo de Bombeiros extinguiu completamente o incêndio após cerca de 28 horas de trabalho.

Ao todo, mais de 116 bombeiros militares e agentes da Defesa Civil do estado atuaram na ocorrência. A operação mobilizou mais de 35 viaturas, escadas e plataformas mecânicas e drones com câmeras térmicas que auxiliaram no monitoramento das áreas mais quentes.

“A ação rápida e coordenada das nossas equipes foi fundamental para alcançarmos esse resultado, que evitou maiores danos e garantiu a segurança da população. Parabenizo e agradeço pelo empenho dos bombeiros, da Defesa Civil e de todos os profissionais envolvidos nessa operação. Agora, o trabalho continua para descobrirmos as causas e circunstâncias desse incêndio”, destacou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

*Sob supervisão 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Incêndio no RJ: Governo encontra resíduos oleosos na Baía de Guanabara    no site CNN Brasil.

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