Surfe conquista a TV Globo e terá etapa de Abu Dhabi transmitida ao vivo na emissora após dez anos

O surfista brasileiro Filipe Toledo treina em Abu Dhabi para a inédita etapa do Championship Tour no Oriente Médio; Crédito: Max Physick/World Surf League

O domingo (16) promete ser um dia histórico para o surfe no Brasil. Isso porque a TV Globo anunciou que vai exibir durante o Esporte Espetacular, as finais da etapa do Championship Tour 2025 da WSL em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, marcando um retorno da liga mundial de surfe na grade de programação do canal carioca depois de quase dez anos.

 

Em 2015, por uma coincidência da final cair em um domingo, a emissora conseguiu transmitir uma parte do evento na TV aberta. Agora, contudo, a realidade e o interesse são diferentes. A emissora entende que a modalidade ganhou corpo e caiu nas graças do público brasileiro. Para se ter uma ideia, após o primeiro título de Medina, o Brasil faturou outros seis: mais dois com o próprio Medina, outros dois com Filipe Toledo, e mais um com Adriano Souza e Ítalo Ferreira. 

 

Não à toa a Globo prepara uma grande cobertura. Enviou uma equipe de três profissionais para noticiar ao vivo os acontecimentos e convidou Medina, que se recupera de lesão, para comentar a etapa na televisão. A etapa no país árabe está prevista para começar no dia 14 e a fase inicial vai contar com transmissão do SporTV desde o início.

 

“Estar no principal programa esportivo da principal emissora de televisão do país ao vivo, com a disputa de uma etapa fora do Brasil é uma conquista grandiosa para o surfe e fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido há alguns anos e aproveita não só o potencial de uma talentosa geração do surfe brasileiro para engajar a modalidade no país como humaniza e conta histórias dos atletas ajudando a aproximar o público do esporte  a torná-lo atrativo para os fãs”, afirma Ivan Martinho, presidente da WSL na América Latina. 

Joao Chianca – (Photo by Thiago Diz/World Surf League)

A decisão de levar o surfe para TV aberta passa, sobretudo, pela evolução da modalidade no Brasil. Para se ter uma ideia, no ano passado, durante a disputa dos Jogos Olímpicos 2024, o esporte parou o Jornal Nacional e a exibição da novela das 21h, Renascer, para passar ao vivo a bateria completa valendo medalha de Gabriel Medina e Tatiana Weston-Webb. No masculino, Medina acabou com o bronze ao derrotar o peruano Alonso Correa, enquanto Tatiana ficou com a prata no embate que realizou contra a americana Caroline Marks.

 

Os números foram impressionantes e renderam um total de 47,5 milhões de espectadores nos canais Globo – somando TV aberta e SporTV -, e tornando-se um dos esportes mais vistos da Olimpíada. A título de comparação, a ginástica artística feminina, que culminou no ouro de Rebeca Andrade no solo, conseguiu gerar 21 milhões de pessoas conectadas.

 

Não bastasse a audiência, chamou a atenção também o fato de Medina terminar a Olimpíada com a foto mais curtida no Instagram. Mais de 9 milhões de pessoas deram like na publicação do surfista. Nenhum atleta, celebridade ou autoridade chegou perto desta marca. O post foi referente a imagem do brasileiro saltando com o braço esquerdo erguido e o dedo levantado, enquanto a prancha voava paralelamente a ele. O registro foi do fotógrafo da Agence France-Presse, Jérôme Brouillet e o post alcançou quase 150 mil comentários.

 

O sucesso, contudo, já vem sendo construído a um longo tempo e os bons números também já tinham sido vistos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Um ano depois da competição na capital japonesa, a modalidade ultrapassou os 45 milhões de fãs que acompanhavam o esporte no Brasil, segundo pesquisa do Ibope Repucom. Dados da WSL também mostraram que 40% da audiência global do seu campeonato vinha do Brasil.

 

A solidificação da modalidade também passa pela concretização do Vivo Rio Pro, realizado em Saquarema, no Rio, evento que tornou-se a maior etapa do mundial de surfe no mundo, levando durante a janela de competições mais de 350 mil pessoas a praia de Itaúna e gerando um impacto econômico de R$ 159 milhões, segundo relatório da EY. Por isso, a WSL faturou o Prêmio Sou do Esporte como melhor evento esportivo de 2024 superando a semana da NFL no Brasil, com o futebol americano, e o Rio Open, de tênis.

 

Os números e crescimento da modalidade vêm sendo monitorados pelo Grupo Globo, que renovou seu contrato com a WSL para transmissões em solo brasileiro até 2028, envolvendo um pacote multiplataforma na cobertura. Além da TV aberta, o grupo oferece coberturas e produz conteúdos também no SporTV, no GE.com, no Globoplay e no Canal Off.

 

Etapa em Abu Dhabi será histórica

 

A etapa escolhida pela emissora carioca será disputada pela primeira vez no Oriente Médio. Outra novidade será a disputa na piscina com ondas. O diferencial desta piscina é o uso de águas salgadas e de tecnologia de última geração que permitem que as ondas possam chegar a 6 pés de altura, produzindo tubos perfeitos e paredes para manobras e aéreos.

 

Os brasileiros Filipe Toledo e Ítalo Ferreira aparecem como favoritos. Bicampeão mundial consecutivo em 2022 e 2023, e especialista em ondas artificiais, Toledo é recordista de maior nota média em competições realizadas em piscinas (9.57). Ítalo Ferreira, campeão olímpico em 2020, por sua vez, destaca-se pela habilidade em manobras aéreas de alto grau de dificuldade que se destacam em ondas artificiais, ele detém o maior número de aéreos completados em uma única bateria (5).

A Brazilian Storm ainda terá no masculino Yago Dora, João Chianca, os irmãos Pupo (Samuel e Miguel), Ian Gouveia, Deivid Silva, Alejo Muniz e o estreante na elite do surfe, Edgard Groggia, além de Mateus Herdy como wildcard. No feminino, Tatiana Weston-Webb e a promissora Luana Silva, primeira brasileira campeã mundial júnior, serão as representantes do time verde-amarelo.

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