Autoridade do BCE vê pouco impacto inflacionário por tarifas dos EUA

É provável que as tarifas mais altas dos EUA sobre as exportações europeias tenham pouco efeito sobre a inflação da zona do euro, disse uma autoridade do Banco Central Europeu, acrescentando que o principal risco continua sendo o de a inflação de médio prazo cair abaixo de 2%.

No texto de um discurso preparado para a conferência financeira anual da Assiom-Forex, na Itália, Fabio Panetta, membro do Conselho do BCE, disse que a principal ameaça inflacionária vem dos mercados de energia, onde os preços, especialmente os do gás natural, estão subindo em meio a uma maior volatilidade, o que justifica um monitoramento rigoroso.

Entretanto, “de modo geral, os indicadores disponíveis parecem sugerir que o risco predominante continua sendo a queda da inflação para menos de 2% no médio prazo”, disse ele, que é presidente do banco central da Itália.

Um possível enfraquecimento do euro em resposta à introdução de tarifas mais altas dos EUA e qualquer retaliação da Europa, disse Panetta, seria contrabalançado por uma desaceleração da economia global e pelo desvio, promovido pela China, de produtos atingidos pelas tarifas para os mercados europeus.

“De acordo com nossas estimativas, o efeito líquido das tarifas sobre a inflação seria limitado, se não ligeiramente negativo”, disse ele.

A implementação total das tarifas anunciadas antes da eleição dos EUA, seguida de medidas retaliatórias, reduziria em 1,5 ponto percentual o crescimento econômico global, disse Panetta.

“Para a zona do euro, o impacto seria mais limitado — cerca de meio ponto percentual — mas a Alemanha e a Itália seriam mais afetadas devido a seus fortes laços comerciais com os Estados Unidos”, acrescentou.

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