Golpistas usavam Abin paralela, segundo denúncia da PGR

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reconheceu o uso da chamada “Abin paralela” em possíveis tentativas de golpe de Estado por Jair Bolsonaro (PL) e o alto escalão dele, quando era presidente. Na noite desta terça-feira (18), Gonet enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e denunciou Bolsonaro nesse âmbito.

Ao descrever a Abin paralela, o procurador disse que a estrutura “era composta por policiais federais cedidos” à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), na época comandada por Alexandre Ramagem. “O núcleo atuava como central de contrainteligência da organização criminosa que, por meio dos recursos e ferramentas de pesquisa da ABIN, produzia desinformação contra seus opositores”, diz a denúncia da PGR.

O texto de Gonet sobre a agência paralela ainda citou a subordinação da Abin ao Gabinete de Segurança Institucional, então chefiado por Augusto Heleno, que também é alvo de denúncia por tentativa de golpe de Estado.

Segundo o procurador, a organização criminosa se apoiava nos “discursos incisivos de Jair Bolsonaro” e utilizada “fortemente do meio digital para atacar os seus opositores e o sistema eleitoral”.

“Confirmando a existência de uma ação coordenada, os mesmos alvos apontados publicamente pelo então Presidente da República eram simultaneamente atingidos de forma virtual, com a criação e multiplicação de notícias falsas”, notou.

Processo

Gonet passou a manifestação dele sobre o caso para o ministro Alexandre de Moraes, do STF. O mérito será julgado pela Primeira Turma da Corte, presidida pelo ministro Cristiano Zanin.

A expectativa é que Bolsonaro se torne réu ainda neste primeiro semestre. Estão na Primeira Turma, os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Golpistas usavam Abin paralela, segundo denúncia da PGR no site CNN Brasil.

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