PM muda versão e diz que estudante baleado em moto no Rio fez ‘menção em estar armado’


Inicialmente, ele afirmou que viu Igor, de camisa amarela e na garupa da moto de Thiago, armado e por isso atirou. Ele diz que sua mulher, Josilene Souza, apontou como a dupla como responsável por roubar seu telefone, entre 1h15 e 1h30. Igor está internado em estado grave
Reprodução/TV Globo
O policial militar reformado que atirou no estudante Igor Melo Carvalho, de 32 anos, e no motorista de aplicativo Thiago Marques mudou sua versão sobre o caso em depoimento nesta terça-feira (25). No início da tarde, a Justiça mandou soltar o estudante.
Inicialmente, o PM Carlos Alberto de Jesus afirmou que viu Igor, de camisa amarela e na garupa da moto de Thiago, armado e por isso atirou. Ele diz que sua mulher, Josilene Souza, apontou como a dupla como responsável por roubar seu telefone, entre 1h15 e 1h30.
Em seu segundo depoimento sobre o caso, o policial militar afirmou que pediu para Thiago Marques parar a moto. “Encosta, polícia”, teria dito a ele.
O policial afirmou que, em seguida, o homem que estava na garupa de camisa amarela (que seria Igor Melo) colocou a mão próxima a cintura e realizou um movimento girando seu corpo para a esquerda e após para a direita, “fazendo menção em estar armado”.
Depois disso, o policial freou seu veículo, sacou sua arma, calibre 38, e disparou duas vezes.
O caso
Polícia do Rio investiga caso de estudante de publicidade baleado nas costas, na zona norte da cidade
Igor foi baleado no Viaduto João XXIII, na Penha, Zona Norte do Rio. Parentes afirmam que ele foi acusado de um assalto que não cometeu.
Segundo a Polícia Militar, o autor dos disparos foi o policial militar da reserva Carlos Alberto de Jesus, que teria agido após a esposa ter reconhecido o condutor da moto como um dos responsáveis pelo roubo do seu celular.
Os parentes dizem que Igor Melo de Carvalho, de 32 anos, solicitou uma moto por aplicativo para voltar da casa de samba Batuq, onde é garçom aos finais de semana para casa. O trajeto era da Rua Belizário Pena, na Penha, onde a casa de samba fica, até o bairro do Turiaçu, residência de Igor.
No caminho ele teria percebido que um veículo seguia a motocicleta. Minutos depois ouviu disparos e caiu da moto. Percebendo estar ferido, Igor conseguiu ligar para colegas de trabalho, que foram até o local e o socorreram ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
A família relata ainda que, antes de chegar a unidade, uma mulher teria ido até o hospital e reconhecido Igor como o suposto assaltante, responsável por roubá-la, horas antes.
Igor foi preso e ficou sob custódia da polícia no hospital. Em imagens enviadas pelo familiares, é possível ver o momento em que Igor, por volta das 1h30, embarca na moto por aplicativo.
A Comissão Popular de Direitos Humanos está no caso e esteve na 22ª DP (Penha) pedindo esclarecimentos sobre o caso.
Segundo a família durante a semana Igor cursa publicidade e propaganda na Faculdade Celso Lisboa, e trabalha no setor administrativo da faculdade.
A equipe de reportagem da TV Globo tentou falar com Carlos Alberto, mas o policial não atendeu as ligações.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.