Professor de jiu-jitsu é preso após aliciar, ameaçar e perseguir alunas adolescentes; ‘posso te quebrar na rua’


Investigações indicam que o homem enviava mensagens com insinuações de cunho sexual e pedia fotos íntimas das vítimas. Professor de jiu-jitsu é preso após aliciar e perseguir alunas no interior do AM
Divulgação/PC-AM
Um professor de jiu-jitsu, identificado como Junior Pionga, de 31 anos, foi preso suspeito de aliciar e perseguir alunas em Novo Airão, no interior do Amazonas. Segundo a polícia, ele enviava mensagens de cunho sexual para as vítimas e as ameaçava.
Durante as investigações, a polícia identificou que o homem já responde a dois processos por estupro de vulnerável ocorridos em 2023, envolvendo vítimas de 11 e 13 anos.
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As investigações começaram em janeiro do ano passado, conforme informou o delegado Rodrigo Monfroni, da 77ª Delegacia Interativa de Polícia, que explicou que a gestora de mídias do projeto social de jiu-jitsu formalizou um Boletim de Ocorrência (BO) contra o suspeito. A mulher teve acesso as conversas em redes sociais que confirmavam o aliciamento das menores.
Em depoimento, ela disse que o suspeito enviava mensagens com solicitações inapropriadas e insinuações de cunho sexual para as vítimas, entre elas, uma adolescente de 13 anos, da qual ele pedia fotos íntimas.
Após a denúncia, o homem passou a perseguir e constrager as pessoas envolvidas. Inclusive, de acordo com a polícia, ele chegou a demitir duas professoras que foram convocadas para prestar depoimento após elas confirmarem o comportamento inadequado do professor em relação às alunas.
Ainda durante as investigações, outras testemunhas também foram ouvidas, incluindo uma outra adolescente de 13 anos, que relatou ter recebido mensagens com conteúdo sexual e ter sido tocada inadequadamente durante os treinos em 2023.
Mãe de vítima foi coagida
Em fevereiro deste ano, a mãe de uma vítima de 11 anos revelou que foi coagida a retirar a queixa contra o professor. Ela contou que foi abordada por dois homens armados que a agrediram e fizeram ameaças.
“Se acontecer algo com Júnior Pionga, o recado já está dado.”
Dez dias depois da ameaça, um irmão da vítima, de 17 anos, foi agredido em via pública como forma de retaliação.
Segundo Monfroni, a conduta do indiciado demonstra um padrão sistemático de abuso e intimidação. A criança de 11 anos confirmou que ele enviou fotos nuas para seu celular, acompanhadas de ameaças: “Sou faixa preta, posso te quebrar na rua. Ninguém vai acreditar em você”.
Com a divulgação dos prints das conversas que mostravam o comportamento criminoso, o professor de jiu-jitsu convocou os pais dos alunos na academia e constrangeu a mãe da vítima de 11 anos ao afirmar que a denúncia havia sido resolvida.
A polícia informou ainda que, após o episódio, a criança de 11 anos chegou a atentar contra a própria vida por se tornar alvo de piadas e comentários ofensivos por parte dos demais alunos do projeto.
Com base em todos os elementos colhidos, o delegado Rodrigo Monfroni solicitou à Justiça a prisão preventiva do suspeito, e a ordem judicial foi expedida. Ele foi localizado e preso na terça-feira (25).
O homem vai responder pelos crimes de perseguição majorada contra crianças e adolescentes, coação no curso do processo e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.
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