PM acusado de matar jovem na saída de casa noturna vai a júri popular em Ribeirão Preto, SP


Maicon de Oliveira dos Santos atirou contra dois homens em uma moto, alegando legítima defesa, mas um disparo atingiu Julia Ferraz Signoretto, de 27 anos, que atravessava avenida. Justiça decide que PM vai a júri popular por morte de mulher em Ribeirão Preto, SP
A Justiça decidiu nesta quarta-feira (31) que o policial militar Maicon de Oliveira dos Santos, acusado de matar uma jovem na Avenida Independência em Ribeirão Preto (SP), será levado a júri popular.
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Segundo o Ministério Público, Maicon é o autor do disparo que atingiu a gerente de loja Julia Ferraz Signoretto, de 27 anos, em agosto de 2023, quando ela saía de uma casa noturna. O tiro, no entanto, não foi direcionado à jovem, mas sim a dois homens que estavam em uma moto.
Maicon chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto pela Justiça e responde ao processo em liberdade.
Nesta quarta-feira, a defesa do policial disse que avalia a possibilidade de recurso, mas acredita que ele será absolvido.
Julia Ferraz, de 27 anos, morreu baleada em avenida de Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
Bala perdida
O crime aconteceu na madrugada de 14 de agosto, na Avenida Independência.
Câmeras de segurança registraram o momento em que o policial parou de moto ao lado de dois homens, também de moto. Eles pareceram discutir, o policial sacou a arma e fez vários disparos quando a dupla acelerou o veículo.
No momento em que o policial atirou, um casal passava pelo canteiro central da avenida, por trás dos dois homens na moto. Foi neste momento que Júlia acabou atingida no peito pelo tiro. Ela morreu na hora.
A Polícia Militar foi chamada ao local. Maicon alegou que agiu em legítima defesa ao reagir a uma tentativa de assalto praticada pela dupla, que queria roubar a moto dele.
O policial militar Maicon de Oliveira dos Santos atira na direção de dois jovens de moto em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Câmeras de segurança
Os homens apontados como ladrões, Gustavo Alexandre Scandiuzzi Filho, de 26 anos, e Arthur de Lucca dos Santos Freitas Lopes, de 18 anos, negaram qualquer crime.
Na época, eles foram identificados porque foram baleados nos pés e deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte.
Segundo a Polícia Civil, dez cápsulas deflagradas foram apreendidas no local do crime e a arma do policial, recolhida.
A delegada Vanessa Matos da Costa, responsável pelas investigações, disse que houve excesso na conduta do policial militar responsável pelo tiro.
Viatura da PM na Avenida Independência, onde mulher de 27 anos morreu baleada em Ribeirão Preto (SP)
Naiana Kennedy/CBN Ribeirão
Alegação inconsistente
Para o Ministério Público, o policial não conseguiu provar que agiu em legítima defesa.
“Ali nós temos as imagens e elas são claras. Os ocupantes da motocicleta em momento nenhum fazem menção de sacar qualquer instrumento, qualquer arma no sentido de agredir o policial. Ele disparou contra essas pessoas por motivo absolutamente fútil decorrente de uma discussão banal de trânsito”, diz o promotor Marcus Túlio Nicolino.
A Promotoria de Justiça quer que Maicon também seja julgado por tentar matar os dois jovens.
“É um policial militar preparado para esse tipo de ocorrência, de situação. Ele estava ali e mesmo como um policial à paisana, ele tem o preparo de um policial militar. Ele é treinado para isso, ele está nas ruas todos os dias vivenciando isso, então mais grave ainda a conduta dele se torna”, afirma Nicolino.
Os advogados que defendem os jovens que estavam na moto disseram que não houve tentativa de roubo e que esperam justiça.
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