Cooperativismo de crédito cresce e atrai clientes de bancos

O setor das cooperativas é um dos mais promissores no Brasil. Em todo o País estão em operação mais de 4.500 cooperativas, reunindo nada menos do que 23 milhões de cooperados, ou 11,5% da população brasileira.

E em um momento histórico para o cooperativismo brasileiro, as cooperativas começaram 2025 com expressiva distribuição de sobras. Isso porque nesse segmento, cada cooperado é, ao mesmo tempo, cliente e dono do negócio. E como dono, tem a possibilidade de receber o rateio dos resultados da cooperativa no final de cada exercício, que são as chamadas sobras.

Aliás, o que mais tem atraído os cooperados são as sobras. No caso específico do cooperativismo financeiro, muitos clientes de bancos estão migrando para as cooperativas de crédito, que já somam setecentas em todo o País.

Eu conversei com o diretor executivo da Viacredi, que é a maior cooperativa de crédito do Brasil em número de cooperados, Vanildo Leoni, e ele me disse que como as cooperativas não buscam lucro como os bancos, elas podem oferecer serviços a taxas menores, além de permitir que os recursos permaneçam nas comunidades onde atuam, promovendo novas oportunidades.

A Viacredi, pertencente ao sistema Ailos, acaba de atingir R$ 9 bilhões em sua carteira de crédito. Segundo o diretor da cooperativa, que pretende até maio bater a marca de 1 milhão de cooperados, iniciou às assembleias de 2025, e vai distribuir R$ 385 milhões aos seus cooperados. Em relação ao ano passado, o valor aumentou 9,5%.

No Paraná, a Viacredi conta com 65 mil cooperados e 18 pontos de atendimento em Curitiba, Colombo, São José dos Pinhais e Piraquara. Para este ano, pretende crescer mais e abrir novas sedes, já tendo estudos para os municípios de Fazenda Rio Grande, Araucária, Campo Largo e Almirante Tamandaré.

Qual é o perfil os clientes das cooperativas de crédito?

Eu fiz esta pergunta ao diretor executivo da Viacredi, e ele me informou que cada cooperativa tem o seu público-alvo. No caso da Viacredi,  a cooperativa é voltada para trabalhadores de baixa e média renda, e no caso de pessoas jurídicas, 71% dos cooperados são microempreendedores individuais e donos de microempresas que buscam crédito a taxas bem mais acessíveis que os bancos.