
Um grupo de pesquisadores do Simepar, Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná, estuda o impacto dos gases do efeito estufa no estado.
A análise, desenvolvida por meio de um convênio com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), mede a resiliência dos municípios paranaenses. O estudo utiliza o período histórico de 1850 a 1900, o cenário de 2014 até o momento e cria projeções até 2100.
Com base em dados de eventos registrados pela Defesa Civil do Paraná, o levantamento, iniciado em 2016 e encerrado em 2023, além de trazer informações sobre as emissões de gases, também faz uma projeção de vulnerabilidade à ocorrência de desastres ambientais nos municípios.
O estudo mostra que, entre 2031 e 2060, cidades como Santa Isabel do Ivaí, Planaltina do Paraná, Nova Londrina, Cafezal do Sul, Francisco Alves e Nova Santa Bárbara ficarão mais vulneráveis a enchentes, deslizamentos e alagamentos causados por tempestades.
Com relação às secas, as cidades mais afetadas serão Laranjal e Nova Santa Bárbara. Se as emissões aumentarem, a lista de municípios vulneráveis tende a aumentar, com a inclusão de Santa Cecília do Pavão, Santa Mariana, Bela Vista do Paraíso, Cruzeiro do Sul, Guairacá, Rosário do Ivaí, Ivaiporã e Iretama.
O pesquisador do Simepar e membro da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Reinaldo Silveira, destaca que na projeção de 2060 a 2090, todo o estado apresenta vulnerabilidade média ou alta para secas.
Ainda segundo o meteorologista, o levantamento é útil para a população compreender as mudanças climáticas e quais os impactos. Além disso, os dados servem para decisões importantes para mitigar as emissões de gases.
Atualmente, a temperatura no mundo está 1,36ºC acima da média. Projeções apontam que, se a emissão de gases de efeito estufa continuarem assim, o planeta, até 2100, terá 2ºC de temperatura a mais. Caso as emissões radiativas aumentem, em um cenário mais extremo, a temperatura pode subir até 4,8ºC.
Reportagem: Vanessa Fontanella