Ataque aéreo de Israel mata nove pessoas no norte de Gaza, dizem médicos

Pelo menos nove palestinos foram mortos e outros ficaram feridos neste sábado (15) após mais um ataque aéreo de Israel na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, disse o Ministério da Saúde do enclave. O novo ataque ocorre enquanto os líderes do Hamas realizam negociações de cessar-fogo com mediadores no Cairo.

Várias pessoas ficaram gravemente feridas quando um carro foi atingido, com vítimas dentro e fora do veículo, disseram autoridades de saúde à Reuters.

Testemunhas disseram que as pessoas no carro estavam em uma missão para uma instituição de caridade chamada Al-Khair Foundation, e estavam acompanhadas por jornalistas e fotógrafos quando o ataque as atingiu. Pelo menos três jornalistas locais estavam entre os mortos, de acordo com a mídia palestina.

O Exército de Israel disse em uma declaração que havia atingido dois indivíduos que identificou como “terroristas” operando um drone que, segundo o país, representava uma ameaça às forças em Beit Lahiya.

Mais tarde, os militares voltaram a atingir outros suspeitos que, segundo eles, haviam coletado o equipamento do drone e entrado em um veículo.

Israel não disse como determinaram que os indivíduos atingidos eram “terroristas”, nem forneceram detalhes sobre a ameaça que o drone representava para seus soldados.

O incidente ressalta a fragilidade do acordo de cessar-fogo, estabelecido em 19 de janeiro, que interrompeu os combates na Faixa de Gaza. Autoridades de saúde palestinas dizem que dezenas de pessoas foram mortas por fogo israelense, mesmo após a trégua.

Salama Marouf, chefe do escritório de mídia do governo de Gaza administrado pelo Hamas, negou as alegações do Exército.

“A equipe era composta por civis e trabalhava em uma área perto de um abrigo em uma missão patrocinada por uma instituição de caridade. Eles não estavam em uma área proibida e não representavam nenhum perigo de qualquer tipo para o Exército de ocupação”, disse Marouf em um comunicado.

O grupo militante palestino acusou Israel em uma declaração de tentar renegar o acordo de cessar-fogo, colocando o número de palestinos mortos desde 19 de janeiro em 150.

O Hamas também pediu aos mediadores que obrigassem Israel a seguir em frente com a implementação do acordo de cessar-fogo em fases, culpando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pelo impasse atual.

Respondendo a alguns dos incidentes relatados por médicos de Gaza, o Exército israelense diz que suas forças intervieram para frustrar ameaças de “terroristas” se aproximando dos militares ou plantando bombas no solo perto de onde eles operam.

Desde que uma primeira fase temporária do cessar-fogo expirou em 2 de março, Israel rejeitou a abertura da segunda fase das negociações, o que exigiria que negociasse um fim permanente para a guerra, a principal demanda do Hamas.

O incidente coincidiu com uma visita do chefe exilado do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, ao Cairo para novas negociações de cessar-fogo visando resolver disputas com Israel que poderiam arriscar uma retomada dos combates no enclave.

Na sexta-feira (14), o Hamas disse que concordou em libertar um cidadão americano-israelense se Israel começar a próxima fase das negociações de cessar-fogo para um fim permanente da guerra, uma oferta que Israel rejeitou como “guerra psicológica”.

O Hamas disse que fez a oferta para libertar Edan Alexander, um soldado de 21 anos do Exército israelense, após receber uma proposta de mediadores para negociações sobre a segunda etapa do acordo.

Israel diz que quer estender a primeira fase temporária do cessar-fogo, uma proposta apoiada pelo enviado dos EUA, Steve Witkoff. O Hamas diz que retomará a libertação de reféns apenas na segunda fase.

A guerra começou quando o Hamas realizou um ataque ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1,2 mil pessoas e capturando 251 reféns, de acordo com contagens israelenses.

O ataque subsequente de Israel a Gaza matou mais de 48 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde de Gaza, e reduziu grande parte do território a escombros. A guerra também levou a acusações de genocídio e crimes de guerra, que Israel nega.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Ataque aéreo de Israel mata nove pessoas no norte de Gaza, dizem médicos no site CNN Brasil.

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