Israel mata cinco pessoas após novo ataque em Gaza, dizem médicos

Um ataque aéreo de Israel matou cinco homens palestinos na Faixa de Gaza nesta segunda-feira (17), segundo médicos. A ação ocorre em meio à estagnação das negociações para a manutenção de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo militante Hamas.

Ainda segundo as autoridades de saúde, três dos homens foram mortos perto do campo de Bureij, no centro do enclave palestino, por um míssil disparado de um drone.

Também nesta segunda-feira, um ataque aéreo israelense matou um pai e seu filho dentro de uma escola que abrigava famílias deslocadas no campo de Bureij, perto do local dos ataques anteriores, elevando o número de mortos do dia para cinco.

Em Rafah, no sul de Gaza, onde moradores relatam disparos frequentes de forças israelenses perto da fronteira com o Egito, outras três pessoas também ficaram feridas em outro ataque aéreo.

Por meio de comunicado, o Exército de Israel afirmou que realizou ataques no centro de Gaza e Rafah contra “terroristas” que operavam perto de suas forças e tentavam plantar bombas.

Ismail Al-Thawabta, diretor do escritório de mídia do governo de Gaza administrado pelo Hamas, comunicou que os três homens mortos eram da mesma família e estavam coletando lenha para cozinhar durante uma proibição israelense de produtos alimentícios que entravam em Gaza.

Ele pediu a Israel que parasse com as “violações” que, segundo ele, poderiam “minar todos os esforços para a desescalada”.

Ele colocou o número de palestinos mortos desde o cessar-fogo de janeiro em 150.

As Forças de Defesa de Israel dizem que repetidamente frustraram as tentativas dos palestinos de plantar bombas ou ameaçar suas tropas.

A suspensão de entrada de ajuda humanitária no enclave, promovida por Israel, aumentou a pressão sobre os 2,3 milhões de habitantes de Gaza, a maioria dos quais ficou desabrigada pela guerra.

O bloqueio, que Israel disse ter como objetivo pressionar o Hamas nas negociações de cessar-fogo, se aplica a alimentos, remédios e importações de combustível.

Preços de alimentos elevados

Em Gaza, várias padarias fecharam recentemente e os preços dos alimentos estão subindo, enquanto o corte de eletricidade pode privar as pessoas de água limpa.

Israel quer estender a primeira fase do cessar-fogo mediado pelo Catar, Egito e EUA, uma proposta apoiada pelo enviado dos EUA Steve Witkoff.

O Hamas diz que retomará a libertação de reféns apenas na segunda fase, que deveria começar em 2 de março.

Os dois países têm mantido conversas sucessivas com mediadores egípcios no Cairo.

O porta-voz do Hamas, Abdel-Latif Al-Qanoua, comunicou na segunda-feira (17) que, embora seu grupo estivesse cumprindo os termos da trégua, Israel “busca frustrar o acordo e impor novas condições”.

Na sexta-feira (14), o Hamas comentou que concordou em libertar o soldado americano-israelense Edan Alexander e quatro corpos dos reféns se Israel concordasse em iniciar as negociações, sobre imediatamente a implementação da segunda fase do acordo.

Israel acusou o Hamas de travar “guerra psicológica” contra as famílias dos reféns.

O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falou que os negociadores foram instruídos a estarem prontos para continuar as negociações com base na resposta dos mediadores a uma proposta dos EUA para a libertação de 11 dos 59 reféns vivos ainda detidos e metade dos cativos mortos.

A guerra em Gaza começou quando o Hamas liderou um ataque transfronteiriço ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando 1,2 mil pessoas e capturando 251 reféns, segundo contagens israelenses.

Os ataques de Israel a Gaza mataram mais de 48 mil palestinos, segundo autoridades de saúde da Palestina, além de terem deslocado a maioria da população e reduzido grande parte do território a escombros.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Israel mata cinco pessoas após novo ataque em Gaza, dizem médicos no site CNN Brasil.

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