Mulher mantida em cárcere privado consegue medida protetiva contra agressor

Mulher mantida em cárcere privado consegue medida protetiva contra agressor

O homem que manteve a mulher e o filho de 4 anos em cárcere privado, por pelo menos cinco anos, está proibido de se aproximar das vítimas.

O suspeito, preso em flagrante na última sexta-feira (15) em Itaperuçu, na região metropolitana de Curitiba, foi solto neste domingo após passar por uma audiência de custódia. O caso foi analisado durante o Plantão Judiciário.

De acordo com o entendimento do Ministério Público do Paraná, a aplicação de medidas protetivas e cautelares são suficientes para assegurar a segurança da vítima. A decisão levou em conta o fato do autuado ser primário, não registrar antecedentes e não ter nenhuma medida protetiva anteriormente deferida.

Em nota, o MPPR informou que o caso agora ficará a cargo da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca, que analisará a necessidade da adoção de outras medidas para garantir que a vítima seja mantida em segurança, longe do agressor, especialmente considerando que ele não foi intimado das medidas protetivas concedidas durante o Plantão Judiciário e que isso configura um incremento do risco à mulher vítima de violência doméstica.

A Promotoria também fará o encaminhamento da vítima para acompanhamento psicológico na rede local de proteção. O crime foi denunciado pela mulher, que usou o e-mail do marido para pedir socorro. No relato, encaminhado à Casa da Mulher Brasileira, a vítima informou que sofria agressões físicas, ameaças e que era monitorada por câmeras de segurança 24 horas por dia.

Ela também havia deixado, há cerca de 15 dias, um bilhete pedindo socorro para um frentista em um posto de combustível da região. No recado ela escreveu que sofria muita violência em casa. Segundo o delegado da Polícia Civil, Gabriel Fontana, durante a abordagem da polícia, em um primeiro momento, a mulher negou as agressões.

Mas depois, ela confirmou que havia mandado o e-mail pedindo socorro.

Ainda de acordo com o delegado, as câmeras de monitoramento da casa foram apreendidas. As imagens serão analisadas e vão auxiliar nas investigações.

O resgate das vítimas ocorreu sete dias após a denúncia. O nome do suspeito não foi divulgado. A mulher e a criança foram encaminhadas para um endereço de acolhimento.

Reportagem: Vanessa Fontanella

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