Oftalmologista alerta sobre os perigos das arminhas de gel para crianças e adolescentes

Nos últimos anos, as arminhas de gel se popularizaram entre crianças e adolescentes, sendo vendidas como brinquedos inofensivos. No entanto, especialistas alertam para os perigos dessas armas, especialmente para a visão. O impacto dessas bolinhas pode causar lesões oculares graves, levando até à perda da visão em casos extremos.

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Um exemplo alarmante ocorreu em Recife, onde a Fundação Altino Ventura (FAV) registrou um aumento expressivo no número de atendimentos de crianças e adolescentes com ferimentos oculares causados por arminhas de gel. Entre 30 de novembro e 27 de dezembro de 2024, cerca de 90 pacientes deram entrada com lesões na córnea e hemorragias internas devido aos disparos dessas armas.

Os ferimentos identificados variam entre arranhões na córnea, inflamações e sangramentos, segundo a instituição. Um dos casos mais graves foi o de Kauê Antony da Silva, de nove anos, atingido no olho direito por uma bolinha de gel durante uma brincadeira com amigos. Ele precisou passar por uma cirurgia emergencial e agora enfrenta o risco de complicações como o desenvolvimento de catarata.

Casos semelhantes também foram registrados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras, reforçando a necessidade de alertar pais e responsáveis sobre os riscos dessa brincadeira.

Perigo- De acordo com o Dr. Ayrton Ramos, oftalmologista e diretor técnico do Hospital Vista, os disparos das arminhas de gel podem atingir diretamente os olhos, causando ferimentos que variam de irritação e vermelhidão a lesões mais severas, como cortes na córnea, hemorragias internas e, em casos extremos, perda parcial ou total da visão. “As crianças não têm a percepção real do perigo e, muitas vezes, não utilizam proteção adequada para os olhos. As arminhas de gel disparam projéteis a alta velocidade, e um impacto direto na região ocular pode ser extremamente perigoso”, alerta o especialista.

Os riscos aumentam quando os disparos ocorrem em distâncias curtas ou em brincadeiras sem supervisão. O contato direto da bolinha de gel com o olho pode gerar traumas que exigem tratamento imediato para evitar sequelas permanentes. Em alguns casos, há risco de infecção secundária, que pode agravar ainda mais a condição do paciente.

Para evitar acidentes, o uso de óculos de proteção é essencial durante a brincadeira. Além disso, pais e responsáveis devem supervisionar o uso dessas armas e orientar as crianças sobre os riscos, incentivando formas mais seguras de lazer.

“O atendimento rápido é fundamental para minimizar danos à visão”, reforça o Dr. Ayrton Ramos. “Em caso de acidente, a recomendação é não esfregar os olhos, evitar o uso de colírios sem prescrição médica e procurar imediatamente um serviço especializado para avaliação e tratamento.”

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