Após casos de racismo, dirigente uruguaio cita xenofobia e detona Leila

Eduardo Ache, ex-presidente do Nacional-URU, deu fortes declarações contra a presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Após o caso de racismo que envolveu o atacante Luighi, do Sub-20 do Verdão, a dirigente do clube paulista manifestou indignação e não compareceu ao sorteio da fase de grupos da Copa Libertadores, na última segunda-feira (17), na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai.

O protesto de Leila Pereira teria incomodado Eduardo Ache. Em entrevista à Rádio Carve Deportiva 1010 AM, de Montevidéu, nesta quinta-feira (20), o uruguaio disparou contra a dirigente brasileira e disse que a presidente do Palmeiras é a “única que não pode se preocupar com o racismo”.

Na mesma entrevista, Ache ainda citou que casos de xenofobia com torcedores de outros países no Brasil são constantes. Há algumas incidências recentes, como na final da Libertadores de 2023, quando torcedores do Fluminense atacaram adeptos do Boca Juniors no Rio de Janeiro, e na semifinal de 2024, quando parte das torcidas de Botafogo e Peãnrol-URU protagonizaram uma confusão generalizada, também nas ruas do Rio.

Que Leila Pereira não se faça de santa e pura com o tema do racismo, porque o que acontece no Brasil e com os torcedores uruguaios quando vamos para lá é dez vezes pior”, iniciou.

“A única que não pode se preocupar com o racismo é Leila. Muitos clubes hoje estão preocupados, o Nacional tem que ir duas vezes jogar no Brasil, e o que a presidente do Palmeiras está dizendo gera e incita violência”, foi além.

O ex-presidente do gigante uruguaio ainda acrescentou que Leila Pereira será responsabilizada, caso os torcedores do Nacional sofram com xenofobia em território brasileiro. O Tricolor do Uruguai está no Grupo F da Libertadores 2025, ao lado de Internacional, Atlético Nacional-COL e Bahia.

“Eu a responsabilizo se algo acontecer com um torcedor do Nacional no Brasil. Quando eles (brasileiros) vêm aqui, são tratados como senhores, e quando vamos para lá, eles nos espancam”, pontuou.

Racismo reconhecido

À Carve Deportiva 1010 AM, Ache também reconheceu que o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, não fez a analogia mais “feliz” ao responder sobre a ausência dos times brasileiros nas competições continentais. Na oportunidade, o dirigente da entidade sul-americana fez uma metáfora e afirmou que “isso seria como Tarzan sem Chita”.

Os dizeres do dirigente caíram como uma bomba entre brasileiros. Nas redes sociais, foram diversos comentários repudiando a declaração e relembrando os frequentes casos de racismo sofridos por jogadores brasileiros em partidas não só na América do Sul, mas também na Europa.

Isso porque Chita, personagem citada por Dominguez, é um chimpanzé dos filmes de Tarzan. O atacante brasileiro Vini Jr., do Real Madrid, foi chamado de chimpanzé na semana passada, antes de clássico contra o Atlético de Madrid pela Champions League.

“Alejandro Domínguez não usou a melhor metáfora, mas a única que não pode falar sobre esse tema é Leila Pereira. Conversamos sobre isso com Domínguez e sei que há um movimento de clubes, incluindo o Nacional. É preciso fazer o Brasil sentir que está passando dos limites. Se os brasileiros quiserem ir para a Concacaf, que vão”, concluiu, ao se referir ao protesto de Leila Pereira, que sugeriu que os brasileiros deixem a filiação à Conmebol.

Brasileiros fora da Conmebol?

A troca só poderia acontecer caso a CBF, que é filiada à Conmebol, decidisse se filiar à Concacaf.

Consequentemente, os clubes brasileiros deixariam o cenário sul-americano e passariam a fazer parte da outra entidade.

 

Este conteúdo foi originalmente publicado em Após casos de racismo, dirigente uruguaio cita xenofobia e detona Leila no site CNN Brasil.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.