Diretor diz que fãs de Michael Jackson ignoram evidências de abuso

O diretor britânico Dan Reed admitiu temer que os fãs do falecido cantor Michael Jackson nunca acreditem nas acusações de pedofilia contra o artista, e comparou o grupo a uma seita.

O produtor dirigiu o documentário “Deixando Neverland”, em 2019, no qual Wade Robson e James Safechuck relatam supostos abusos cometidos pelo cantor quando eles ainda eram crianças. Agora, ele dá continuidade à história no filme “Deixando Neverland 2: Sobrevivendo a Michael Jackson”, que estreou na última terça-feira (18), no canal britânico Channel 4 e está disponível no YouTube.

Entretanto, o cineasta não acredita que os admiradores do artista mudarão de opinião.

“Veja, os crentes fiéis sempre serão crentes fiéis. Você poderia mostrar a eles um vídeo de Jackson abusando de uma criança, e nenhuma quantidade de evidências seria suficiente para mudar o que é quase uma visão religiosa. Eles fazem parte de uma seita. E eu realmente não espero que as pessoas parem de ouvir a música de Michael Jackson“, disse ele em entrevista à Variety.

Michael foi julgado e absolvido, em 2005, de acusações de abuso de menores. O cantor sempre negou qualquer conduta inadequada até sua trágica morte, em 2009. Desde então, os administradores de seu espólio continuam a rebater as alegações apresentadas por Wade e James.

Dan explicou que seu objetivo não é desmerecer a trajetória do cantor, mas contar a história das supostas vítimas.

“Para ser honesto, do meu ponto de vista, esta é uma história pequena. É a história de dois jovens que decidiram expor algo negativo que aconteceu com eles quando eram crianças, e isso tomou proporções muito maiores do que imaginávamos. Meu objetivo bastante limitado é continuar a retratar fielmente o que aconteceu com esses dois homens em sua jornada. Gostaria que as pessoas soubessem o quão difícil é estar diante de um júri. Gostaria que as pessoas continuassem interessadas em entender como o abuso sexual de menores realmente acontece, em vez de acreditar nos mitos populares sobre o assunto. Se eu conseguir isso, então estarei satisfeito, para ser sincero”, afirmou.

O cineasta reiterou que não tem intenção de “derrubar” Michael.

“Meu objetivo nunca foi derrubar Jackson de seu pedestal. Nunca foi. Houve momentos em que pode ter parecido assim, mas, ao sentar aqui e pensar sobre o filme e no que me entusiasma, o que realmente importa para mim é simplesmente compartilhar a história desses dois caras e tentar contá-la até o fim.”

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