Em 15 dias, situação do Rio Tietê piora em Glicério devido à mortandade de peixes e água verde: ‘É impossível conviver’


Após 15 dias, a situação piorou no município, que já enfrentava dificuldades devido ao forte cheiro, à coloração esverdeada e ao acúmulo de matéria orgânica na superfície do rio. Rio Tietê em Glicério enfrenta piora na contaminação e preocupa moradores.
Reprodução/TV TEM
Em 15 dias, a situação do Rio Tietê em Glicério (SP) se agravou de forma significativa devido à água verde e à mortandade de peixes. O leito do rio que passa pelo município, especialmente nas proximidades de um condomínio de ranchos, também apresenta forte odor e acúmulo de matéria orgânica na superfície.
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O problema virou motivo de muita preocupação entre moradores e pescadores. Alguns relatam que a poluição aumentou consideravelmente em relação aos anos anteriores, comprometendo a fauna aquática e a qualidade de vida na região.
Em entrevista à TV TEM, o porteiro Raimundo Nonato das Chagas, morador da área, explica que infelizmente isso não é novidade, mas que, em 2025, os efeitos da água contaminada chegaram mais cedo do que em anos anteriores.
“Nos outros anos era sempre no mês de junho que começava essa água, e não era que nem está aqui, era bem mais leve a situação”, afirma Raimundo.
Além da poluição visível, moradores como Marta Silva de Souza enfrentam transtornos diários.
“É impossível conviver. Aqui deveria ser nosso refúgio, mas agora, com esse cheiro, a gente precisa até ligar o ventilador dentro de casa para suportar”, lamenta.
Os moradores reforçam que o rio tem o aspecto “podre”.
Reprodução/TV TEM
O impacto da contaminação do Tietê já afeta a captação de água em Araçatuba (SP). A GS Inima Samar, responsável pelo serviço de abastecimento na cidade, informou que a captação do recurso hídrico proveniente do rio caiu de 700 metros cúbicos por hora para 420 metros cúbicos, sendo necessário aumentar a extração de poços profundos para compensar a perda.
Peixes aparecem mortos após água do Rio Tietê ficar verde em Ubarana (SP)
Rogério Pedrozo/TV TEM
Casos recentes evidenciam a gravidade da situação. Em Ubarana (SP), mais de 500 toneladas de peixes morreram no Ribeirão Fartura, um braço do Tietê, resultando em prejuízo milionário para piscicultores.
Arraias apareceram mortas às margens do Rio Tietê em Buritama (SP)
Reprodução/TV TEM
Já em Buritama (SP), no dia 15 de março, arraias e camarões foram encontrados mortos às margens do rio. O g1 fez um levantamento que mostrou que, em dois anos, foram registrados ao menos 13 casos desses tipos no noroeste paulista.
Rio Tietê em Glicério continua com água verde, cheiro forte e peixes mortos
Reunião debate crise ambiental no Rio Tietê
Diante do agravamento do problema, autoridades de 13 cidades banhadas pelo Tietê vão se reunir na Câmara Municipal de Adolfo (SP), na noite desta terça-feira (25), para discutir a contaminação do rio, a proliferação de algas e o impacto do despejo de agrotóxicos na água. Vereadores, representantes de organizações civis e associações ambientais vão participar da iniciativa.
Situação do Rio Tietê é debatida em reunião com representantes no noroeste de SP
O Governo de São Paulo também anunciou a criação de um Grupo de Fiscalização Integrada (GFI) para atuar ao longo do Rio Tietê, identificando fontes de poluição e despejos irregulares. O grupo será composto por membros da Semil, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Polícia Ambiental e das prefeituras das cidades cortadas pelo rio.
O plano de ação, que faz parte do Programa IntegraTietê, busca reduzir o impacto ambiental da contaminação, preservar a fauna e a flora da região e evitar que o problema comprometa ainda mais o abastecimento hídrico. As medidas incluem fiscalização intensificada, monitoramento contínuo da qualidade da água e ações para conter a proliferação de algas e macrófitas.
Piscicultores de Ubarana (SP) perdem produção de tilápia
Rogério Pedrozo/TV TEM
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