Fux sobre Cid: “Tanto houve omissão que foram feitas nove delações”

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta terça-feira (25) a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). O militar está entre os denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de golpe de Estado.

Fux criticou o fato de Cid ter feito diversos depoimentos no acordo de delação premiada, e acusou o militar de “omissão”. “Não tenho a menor dúvida de que houve omissão. Tanto houve omissão que houve nove delações”, disse.

A declaração foi feita no momento em que a Primeira Turma do STF discutia o pedido feito pelos advogados dos denunciados para anular a delação de Mauro Cid. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, negou o pedido.

Os demais integrantes da Primeira Turma acompanharam o entendimento de Moraes por unanimidade — inclusive Fux, apesar das críticas à delação.

“Vejo com muita reserva nove delações de um mesmo colaborador, cada hora acrescentando uma novidade. Mas me reservo a analisar ilegalidade ou ineficácia dessa delação no momento específico”, disse o ministro.

Julgamento

A Primeira Turma suspendeu nesta terça-feira o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado.

A análise do caso será retomada na quarta-feira (26), às 9h30. O julgamento será retomado na quarta com a votação sobre o recebimento ou a rejeição da denúncia apresentada pela PGR.

Caso os ministros aceitem a denúncia da PGR, os investigados se tornarão réus e passarão a responder ao processo na Suprema Corte, onde poderão ser considerados culpados ou inocentes.

A Suprema Corte realizará os julgamentos seguindo a divisão da denúncia da PGR que separou os 34 denunciados em cinco núcleos. Além de Bolsonaro, integram o grupo:

  • Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
  • Walter Braga Netto, general que foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, além de ter sido candidato a vice-presidente em 2022;
  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro;
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Fux sobre Cid: “Tanto houve omissão que foram feitas nove delações” no site CNN Brasil.

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