Mulher com agulhas dentro do corpo é presa suspeita de se passar por criança para conseguir doações, diz polícia


Igreja chamou o Conselho Tutelar ao encontrar a mulher que se dizia ter 11 anos de idade. Ao ser levada para o hospital, os exames constaram que ela é adulta e havia centenas de agulhas pelo corpo. Mulher com mais de 200 agulhas pelo corpo é presa suspeita de se passar por criança para conseguir ajuda de pessoas e de igrejas
Reprodução/Polícia Militar
Uma mulher de 42 anos com foi presa após se passar por uma criança de 11 anos que havia sido abusada sexualmente para conseguir ajuda de pessoas e igrejas, no Setor Parque Acalanto, em Goiânia, segundo a Polícia Militar. O Conselho Tutelar informou que havia várias agulhas dentro do corpo dela.
O nome da mulher não foi revelado pela polícia e, por isso, o g1 não conseguiu contato da defesa dela para um posicionamento até a última atualização desta reportagem.
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O caso aconteceu na sexta-feira (2). O conselheiro tutelar Rondinelly-Ná, da região norte de Goiânia, informou ao g1 que foi acionado por umas pastoras de uma igreja, após elas receberem uma ligação de uma pessoa a que se dizia ser adolescente, que estava perdida e precisava de ajuda.
“Elas fizeram ali o acolhimento e, quando elas a encontraram, viram que ela tinha várias cicatrizes pelo braço. Ela tem um corte que começa no pé da barriga até acima um pouco do seu peito”, contou.
Na sexta-feira, ela foi levada para o Hospital Estadual da Mulher(Hemu), mas pela idade declarada por ela, o conselheiro teve que encaminhá-la para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad). Em seguida, ela foi liberada e levada para Central de Flagrantes da Polícia Civil.
Ao fazer uma busca pelos conselhos tutelares com um dos nomes informados pela suspeita, o conselheiro Rondinelly-Ná encontrou registros anteriores contra ela com o mesmo golpe.
“Com isso, acionamos a Polícia Militar para que desse suporte tomasse as providências necessárias para que ninguém mais caísse em nenhum golpe dessa mulher”, contou o conselheiro.
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Conselho Tutelar levou a mulher para hospital onde foram feitos exames que constataram diversas agulhas pelo corpo dela
Reprodução/Polícia Militar
De acordo com a equipe do 21º Batalhão de Goiânia, que atendeu à solicitação do conselheiro, a mulher informou a data de nascimento que seria de uma criança. Durante a entrevista para a Polícia Militar, a mulher revelou que a informação era falsa e revelou o verdadeiro nome dela.
Com isso, foi feita uma consulta nos sistemas policiais e a verdadeira idade dela foi verificada. Além disso, encontraram registros no nome dela por estelionato e falsidade ideológica em outros estados.
A mulher foi conduzida pela Polícia Militar para a Central de Flagrantes. Segundo o delegado Sérgio de Sousa Arraes, o inquérito do caso será distribuído na segunda-feira(5), na Central de Inquéritos de Goiânia.
Agulhas pelo corpo
O g1 entrou em contato, neste domingo (4), com os hospitais para onde a mulher passou, por e-mail e por mensagem de texto, para saber o estado de saúde dela, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
O médico Marcelo Daher explicou que as agulhas podem causar uma inflamação. “Quando é na musculatura ou subcutâneo, não tem tanto problema no início. Depois, começa a ter reação inflamatória”, disse Daher.
Segundo o médico, pessoas que aplicam ou engolem agulhas podem trazer riscos para saúde e necessitam de um auxílio psiquiátrico.
“Os familiares precisam prestar muita atenção com essas pessoas, porque normalmente são problemas psiquiátricos, seja a automutilação, seja essa questão de introduzir agulhas no corpo. É uma pessoa que está precisando de ajuda, e, às vezes, ela não consegue externar isso. Um diagnóstico rápido e a tempo pode que evitar coisas piores”, explicou Daher.
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