“A Dança do Parto” substitui “Ela no Caminho” no Festival

A programação do Festival de Curitiba previa a apresentação da peça “Ela no Caminho” nesta quarta-feira (26), mas houve uma substituição.

A autora da obra, Denise Di Santos, também uma das criadoras do Teatro Lambe-Lambe, optou por apresentar “A Dança do Parto”, sua primeira produção nesse formato. Segundo Denise, a troca aconteceu porque essa obra tem um significado especial e continua relevante nos dias de hoje. 

A peça “A Dança do Parto” é uma performance que utiliza apenas uma boneca de pano e duas mãos “mágicas” que a movimentam. Ao emitir sons com a própria voz, Denise dá vida à personagem: uma boneca em trabalho de parto, que dança e se balança ao som da música produzida pela “bonequeira”.

Após alguns minutos, a dança cessa e dá início ao nascimento de um boneco feito de espuma, que é colocado nos braços da mãe, encerrando a apresentação de forma simbólica.

Entre os espectadores, Débora Silveira contou que sempre quis conhecer o teatro Lambe-Lambe, mas nunca havia conseguido. Este ano, graças ao Festival de Curitiba, teve essa oportunidade. Para ela, a peça é linda e delicada, e destacou a sutileza com que a boneca foi manipulada.

Criado há 36 anos por Denise Di Santos e uma amiga, o Teatro Lambe-Lambe surgiu da necessidade e da inquietação artística das duas, que transformaram um equipamento usado por fotógrafos lambe-lambe em um espaço para contar histórias. Esse estilo teatral transforma uma pequena caixa em palco para bonecos manipulados por um “bonequeiro”.

Com um buraco para espiar e apresentações de cerca de três minutos, esse formato proporciona ao púbico uma experiência única e envolvente.

Além da apresentação, outro destaque foi a presença da própria criadora, que veio de Salvador, Bahia, para encenar a obra que deu origem a esse estilo teatral. Denise destaca sua luta pela resistência feminina e pela educação. A primeira obra desse formato foi justamente “A Dança do Parto”, que representa o nascimento como parte de um ciclo de início e fim.

Colaboração: Maria Navarro, aluna UP