Entre jantares e saudades: ‘A Gueixa’ mexeu com o público

Entre jantares e saudades: ‘A Gueixa’ mexeu com o público

No coração do Fringe de Rua, um espetáculo singelo e arrebatador capturou a atenção do público na Praça Osório. Na quarta-feira (26), A Gueixa, de Luís Augusto da Conceição, transformou a praça em um palco de emoções intensas com sua narrativa sobre amor, esperança e saudade.

A montagem conta a história de uma gueixa que, todos os dias, no mesmo horário, prepara o jantar na expectativa de que o marido retorne da guerra. Com o tempo, a incerteza cresce, e ela se vê diante da dor da ausência e do peso da espera.

A estudante de Jornalismo da Universidade Positivo, Carol Fayad, uma das primeiras espectadoras da peça, falou sobre sua experiência acompanhando o festival desde o início e como isso a ajudou a construir sua base profissional.

Ela destaca a simbologia do fogo presente no cenário, representando a esperança da protagonista. “Por mais que tudo seja muito simplista, traz uma emoção muito grande. Essa é a magia do teatro Lambe-Lambe”.

Diretamente do Rio de Janeiro, a professora Carla Costa, expectadora do festival pela primeira vez e que veio para Curitiba em excursão com alunos da UniRio, ficou encantada com a variedade de apresentações curtas e de rua espalhadas pela cidade.

Ela destacou o impacto democrático desse tipo de teatro. “Não pesquisei nada antes, queria ser surpreendida. Vi muitas pessoas saindo emocionadas e falando bem da peça. E também nunca tive contato com esse tipo de teatro, já que ele não é muito comum lá no Rio de Janeiro”.

Após assistir à apresentação, Carla contou que suas expectativas foram totalmente superadas. Para ela, a sensibilidade do cenário e a trilha sonora, que começa apreensiva e termina melancólica, foram pontos altos da experiência. “Se estivesse no Rio, faria questão que todos os meus alunos assistissem”.

A estudante de teatro Luiza França, aluna da professora Carla, também compartilhou seu encantamento com o festival. “Chegamos ontem e essa foi uma das primeiras apresentações que assistimos.

Tudo aqui é muito bonito e novo. Eu já conhecia o evento pela internet, mas viver isso de perto é completamente diferente. Descobrir o teatro Lambe-Lambe tem sido fascinante”.

Mãe e filha também marcaram presença na apresentação. Isadora Maia, a mais nova, contou que essa foi sua primeira experiência com com uma peça em miniaturas e se emocionou com a delicadeza da obra. “Sempre tive curiosidade sobre esse formato e realmente é um trabalho muito bonito e sensível”.

Sua mãe, Maria Regina Maia, reforçou a emoção transmitida pelo espetáculo. “A sutileza dos movimentos e dos elementos cênicos é impressionante”.

Em uma rápida conversa, o autor e diretor Luís Augusto da Conceição compartilhou sua relação com o teatro, que começou aos 14 anos. Para ele, o acesso à arte deve ser livre, e o Fringe possibilita essa conexão entre artistas e público.

Sendo este seu primeiro ano no festival como artista, ele já se sente parte do evento. Sobre a inspiração para a história, citou a influência do clássico Madama Butterfly, com uma grande diferença: “No original, a protagonista é abandonada. Aqui, o marido morre lutando pelo seu país”. 

No final, o autor reforçou a importância de valorizar os artistas de rua e convidou o público para as próximas apresentações:

SERVIÇO

Dia 27/03 às 16h na Praça Santos Andrade
Dia 28/03 às 15h30 na Praça Generoso Marques
Dia 29/03 às 10h30 no Passeio Público (Rua Carlos Cavalcante)

Faixa etária: Livre

Colaboração: Luiz Miguel Vieira

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