ONU relata falta de água e medicamentos em Mianmar após terremoto

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informou nesta terça-feira (1º) que abrigo, água potável e remédios estão escassos em Mianmar após o terremoto. Os tremores causaram danos estruturais significativos e deixaram um número devastador de vítimas.

Um terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país na sexta-feira (28), matou mais de 2.700 pessoas e deixou mais de 4.500 feridos, danificou severamente infraestruturas críticas, incluindo grandes pontes e estradas.

“A janela de tempo para busca e resgate críticos está diminuindo… Abrigo, água limpa, remédios estão em falta. Pessoas em áreas afetadas passaram a noite ao relento porque não há eletricidade ou água encanada”, disse o coordenador humanitário e residente de Mianmar do OCHA, Marcoluigi Corsi, a repórteres em Genebra por meio de um link de vídeo de Yangon.

Várias agências da ONU alertaram sobre a escassez de água potável e preocupações com a disseminação da cólera.

“É realmente terrível — a necessidade mais imediata é água, está muito quente lá fora… Canos de água e fossas sépticas quebraram”, disse Julia Rees, representante adjunta do Unicef, por meio do link de vídeo.

A Organização Mundial da Saúde disse que os hospitais estavam sobrecarregados e que os suprimentos médicos estavam acabando, além de haver escassez de água encanada e combustível.

A agência da ONU para refugiados, o ACNUR, identificou a situação como uma crise humanitária de alto nível e está mobilizando estoques como lençóis plásticos, material de dormir e mosquiteiros.

Os esforços de resposta foram complicados por causa dos graves danos às estradas e pontes, o que significa que as equipes do ACNUR levaram 13 horas para chegar a Mandalay a partir de Yangon, o que normalmente levaria oito horas de viagem, de acordo com a organização.

“As necessidades mais urgentes são abrigo e itens de socorro… há também o risco de munições explosivas – devido aos últimos quatro anos de conflito ativo”, disse o representante do ACNUR, Babar Baloch, a repórteres em Genebra.

Preocupações com financiamento

O OCHA, o ACNUR e a UNICEF levantaram preocupações sobre financiamento, pedindo aos países que ofereçam dinheiro para que possam repor os estoques.

“Os estoques no local não durarão para sempre, por isso é muito importante que obtenhamos os recursos de que precisamos”, disse Baloch.

Mianmar está em crise desde o início de 2021, quando os militares depuseram um governo civil eleito liderado pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi.

Um movimento de protesto se transformou em uma rebelião armada contra a junta e o conflito crescente deslocou mais de 3,5 milhões de pessoas.

Este conteúdo foi originalmente publicado em ONU relata falta de água e medicamentos em Mianmar após terremoto no site CNN Brasil.

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