Moradores denunciam mais de um mês sem água em bairro de Várzea Grande (MT): ‘nem para lavar as mãos’


O Departamento de Água e Esgoto afirmou que a interrupção não é total e que o problema está concentrado em áreas da Cohab Cristo Rei onde houve queda na pressão da água. A situação tem afetado famílias inteiras, comerciantes e prestadores de serviço
A falta d’água também prejudica o comércio local. Pequenos empreendedores relatam que foram obrigados a fechar as portas por não conseguirem manter as atividades sem água.
Moradores do bairro Cohab Cristo Rei, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, denunciam que estão sem abastecimento regular de água há mais de um mês. A escassez tem afetado o cotidiano de famílias inteiras e pequenos comerciantes, que enfrentam dificuldades para realizar tarefas básicas como tomar banho, cozinhar e lavar roupa.
Em nota ao g1, o Departamento de Água e Esgoto de Várzea Grande (DAE-VG) negou que o bairro esteja sem água há 30 dias. Segundo o órgão, o problema começou há cerca de 10 dias, após a queima de uma bomba responsável por manter a pressão da água na região. O equipamento já foi substituído, e a previsão é de que o fornecimento seja normalizado até esta quarta-feira (2).
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Ainda de acordo com o DAE, o problema atinge apenas parte do bairro e não houve interrupção total no fornecimento, mas sim uma redução de pressão que afeta o abastecimento em ruas mais altas. Um novo ponto de abastecimento para caminhões-pipa foi instalado na ETA Cristo Rei, e moradores com matrícula ativa podem solicitar o serviço.
“Devido à localização da Cohab Cristo Rei, é necessário um bombeador para garantir a pressão da água. O equipamento queimou e já foi enviado para manutenção. Hoje, ele está sendo substituído”, disse o departamento em comunicado.
Segundo os moradores, a única fonte de água disponível no bairro tem sido a das chuvas, que, apesar de alagarem diversos pontos da cidade, são a única alternativa para suprir a necessidade da população
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Apesar das explicações, moradores relatam que a situação se arrasta há bem mais tempo — e se tornou insustentável. Jean Silva Wagner, assistente administrativo, conta que precisa tomar banho na academia e lavar roupa em outros bairros. Ele mora com a mãe, irmã e avó, que tem mobilidade reduzida.
“A gente fica dependendo de caminhão-pipa para fazer tudo, mas ainda assim, preciso tomar banho na academia e lavar roupa em outros bairros, porque aqui não tem água”, contou.
Jean mora na região, com a mãe, irmã e avó, que tem dificuldades de mobilidade, o que, segundo ele, agrava ainda mais os transtornos causados pela escassez de água. “Estamos sem abastecimento regular há mais de um mês, e a prefeitura não apresenta solução”.
Segundo o assistente, é fundamental que a prefeitura busque uma solução imediata para regularizar o abastecimento de água no município. Jean relatou que, sempre que procurou a prefeitura para se informar sobre a situação, recebeu a resposta de que a culpa era da gestão anterior. Para ele, não basta apenas apontar responsabilidades sem tomar providências concretas.
“Tô sem poder tomar banho, lavar roupa e poder preparar meu alimento por causa da falta de água, que é um recurso básico e proporciona qualidade de vida para a população. Com tanto problema, você passa a se sentir abandonado pelo poder público, que literalmente lavou as mãos, mas não foi com a água aqui do bairro porque não tem”, pontuou.
A crise hídrica também impacta diretamente o comércio local e os pequenos empreendedores, que precisaram fechar seus comércios em razão da falta de água
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Moradora da Cohab Cristo Rei, em Várzea Grande, a dona de casa Mara Jane Ferreira Chagas também enfrenta dificuldades diárias devido à falta de água no bairro. Segundo ela, o problema se arrasta desde janeiro, e a situação tem se tornado insustentável.
“Nossa água virou um inferno. Estamos cercados por água, mas não temos acesso a ela. Nem vereador, nem prefeitura dão uma satisfação para a população”, desabafou.
Com um pai idoso de 82 anos, Mara Jane relata que precisa recorrer ao abastecimento por caminhão-pipa, mas o serviço é demorado. Ela também criticou a falta de atenção do poder público.
“Depois que os políticos são eleitos, viram inacessíveis. Prefeita, vereadores, secretários […] ninguém aparece para dar uma solução”, ressaltou.
Mara Jane pediu que a prefeitura atue com mais transparência e eficácia na resolução do problema.
Segundo o DAE, qualquer morador com matrícula em dia pode solicitar abastecimento via caminhão-pipa. Além disso, destacou que foi instalado um novo ponto de abastecimento para caminhões-pipa na ETA Cristo Rei, garantindo mais rapidez na distribuição de água na região.
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