“A Última Ceia” convida para recriar obra de Da Vinci

“A Última Ceia” convida para recriar obra de Da Vinci

Com cadeiras dispostas ao redor do palco, um banquete generoso e boa companhia, o grupo teatral MEXA, vindo de São Paulo, convida o público a se integrar ao espetáculo. Desde o início, os atores interagem com a plateia, ouvindo opiniões, promovendo votações e mantendo todos atualizados até sobre os bastidores. Vídeos do processo de criação são exibidos, revelando os conflitos, ajustes e ensaios que mostram como a produção é um trabalho conjunto entre o diretor e os atores.

A obra de João Turchi traz passagens bíblicas para instigar um debate sobre a famosa pintura de Leonardo da Vinci, A Última Ceia, que dá nome à peça. No centro do cenário, uma mesa é colocada, e os atores se alternam, compartilhando suas percepções sobre a icônica imagem. Cada um, ao expor seu significado pessoal, revela ao público uma memória, uma encenação ou uma história que se conecta à representação retratada.

O texto, encantador e profundo, aborda o teatro, a sociedade e a vida, propondo uma reflexão sobre uma obra de séculos atrás, mas inserida na realidade contemporânea. O aspecto central da peça é a teoria de que Da Vinci teria retratado A Última Ceia com pessoas comuns, algo que, dentro da narrativa, ganha grande relevância. O espetáculo evidencia como uma imagem tão emblemática pode atravessar gerações, culturas e crenças, mantendo-se impactante e transmitindo sua mensagem de despedida, dos que partem e dos que permanecem.

Originalmente, o roteiro surgiu com a intenção de explorar a obra de Da Vinci e a ficção de um grupo prestes a se desintegrar. Porém, enquanto a companhia vivia momentos de tensão interna, a ideia se transformou em uma narrativa mais profunda, inspirada pela filosofia da Última Ceia de Cristo antes de sua morte, tornando o espetáculo uma metáfora para uma despedida simbólica.  “Essa peça já teve várias versões, essa provavelmente é a décima e espero que não seja a última”, diz o diretor e dramaturgo João Turchi.

Um dos pontos que mais chamou a atenção do público foi o trabalho com os figurinos, que se destacaram pela originalidade e pela maneira como refletiram as características de seus personagens. Os estilistas acompanharam os ensaios de perto, garantindo que o design de cada traje fosse fiel à essência de cada papel, resultando em figurinos que se tornaram uma extensão tanto da narrativa quanto da personalidade dos atores.

A peça integra o Festival de Curitiba, um dos maiores eventos culturais do Brasil, promovendo arte e reflexão. Também faz parte da Mostra Lúcia Camargo, que apresenta produções teatrais de todo o país, destacando a diversidade do teatro nacional. A Última Ceia se insere nesse contexto com sua proposta que instiga o público a refletir sobre a sociedade, a arte e a vida com um toque de humor, pois “todo encontro também é uma despedida”.

SERVIÇO:

DATA: 01 de abril- 20:30

LOCAL: Teatro Zé Maria

EVENTO: Mostra Lucia Camargo

GÊNERO: Contemporâneo

DURAÇÃO: 90 minutos

CLASSIFICAÇÃO: livre

INGRESSOS: 45,00 – 90,00 

Colaboração: Luiza Serio, aluna Universidade Positivo com supervisão dos professores

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