
O fornecimento e o preço da energia elétrica estão entre itens que mais preocupam as empresas, principalmente as do setor industrial. Porém, essa preocupação já foi bem maior antes da abertura do mercado livre de energia, que é um modelo de negócios que permite ao consumidor escolher a sua empresa fornecedora de energia.
Eu conversei com o CEO da paranaense Tradener, que foi a primeira comercializadora de energia livre do Brasil, Guilherme Avila, e ele me disse que este é um mercado que vai continuar crescendo e, por isso, precisa de investimentos constantes.
No caso específico da Tradener, o Paraná representa hoje a segunda maior posição de consumo dentro da sua carteira nacional de clientes. A empresa está perto de atingir 6% da energia elétrica consumida no estado. Entre os setores mais atendidos pela marca estão a indústria de autopeças, hotéis, abate de aves, shopping centers e clubes sociais.
Guilherme Avila me informou que entre 2023 e 2024, a Tradener ampliou sua base de clientes no Paraná em 80%. Hoje são 240 empresas com contratos ativos no estado. Esse crescimento reflete a tendência nacional de migração para o mercado livre, especialmente entre consumidores de menor porte.
E com a entrada no mercado varejista e a continuidade da abertura do mercado livre de energia, a expectativa é que a companhia mantenha uma trajetória ascendente, ampliando sua participação no mercado e atendendo a um número crescente de consumidores que buscam alternativas mais competitivas e personalizadas.
Quais os principais desafios para um mercado em constante crescimento?
Eu fiz essa pergunta ao CEO da Tradener, e ele me disse que o crescimento do consumo de energia causa um desiquilíbrio nas distribuidoras. Segundo Guilherme Avila, hoje há energia suficiente para atender o mercado. Ele me explicou que nas regiões Norte e Nordeste hoje há mais energia gerada do que consumida pelo setor industrial. Então há uma sobra de energia, que é transmitida para a região Sudeste. Já na região Sul, a situação é inversa. Há mais consumo do que geração, o que obriga a puxar a energia do Sudeste, encarecendo os preços. A solução na avaliação do executivo é investir em mais usinas.
Para concluir, o Paraná registrou 2.240 migrações para o mercado livre de energia em 2024, posicionando-se como o terceiro estado com maior número de adesões, atrás apenas de São Paulo e Rio Grande do Sul.