
Acidente de avião da Voepass que matou 62 pessoas completa hoje um mês. O voo 2283 decolou do Aeroporto de Cascavel, no oeste do Paraná, com 58 passageiros e quatro tripulantes às 11h50 do dia 9 de agosto. Ele caiu às 13h22 em Vinhedo, São Paulo.
Adriana Ibba, que perdeu a filha, Liz, de 3 anos, no acidente, fala sobre a marca de unm mês do acidente.
O relatório preliminar do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), divulgado nos últimos dias, aponta que havia um alerta de gelo severo na rota do avião, que houve falha em um sistema que evita o acúmulo de gelo nas asas e que não foi feita uma declaração de emergência aos órgãos de controle. Familiares das vítimas estiveram em Brasília durante a divulgação do relatório. Eles questionam sobre a forma de trabalho dos tripulantes da companhia.
De acordo com Adriana Ibba, houve uma falta de reporte dos tripulantes momentos antes do ocorrido.
Ibba é uma das integrantes da do grupo dos familiares das vítimas, que estão criando uma associação para acompanhar a investigação do acidente.
O relatório preliminar divulgado pelo Cenipa afirma que a aeronave estava em condições de voar em situações de gelo e que o piloto, co-piloto e demais tripulantes tinham qualificação e experiência neste tipo de voo. O documento mostra que uma falha no sistema de gelo foi registrada no painel do avião, mas que isso não impossibilitava o voo.
O especialista em segurança de voos, Maurício Lorenzini, explica como o gelo pode ter acabado com a sustentação do voo.
A partir de agora, a investigação sobre a queda do avião da Voepass em Vinhedo deverá seguir três linhas principais: fator humano (que vai analisar o desempenho da tripulação com a situação), fator material (que irá investigar a condição de aeronavegabilidade) e o fator operacional (que vai apurar os elementos relacionados ao ambiente que pode ter levado ao acidente).
O Cenipa reforça que as investigações “não buscam o estabelecimento de culpa ou responsabilização”, mas “indicam possíveis fatores que permitem elucidar eventuais questões técnicas relacionadas à ocorrência aeronáutica”.
Reportagem: Brenda Niewiorowski