
Presidente em exercício visitou Mato Groso do Sul para o lançamento das obras de uma indústria de celulose. Alckmin disse que as medidas tomadas pelos EUA são ruins até para o próprio país. Alckmin veio a Mato Grosso do Sul para lançamento das obras de indústria de celulose.
Marcus Vinnícius/TV Morena
O presidente em exercício e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (9) que o “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos (EUA) “não é bom” e que a solução para a situação seria o “diálogo e a negociação”.
Alckmin deu as declarações durante uma entrevista coletiva, em Inocência (MS), no começo da tarde desta quarta. O presidente em exercício estava em Mato Grosso do Sul para o lançamento das obras de uma mega-indústria de celulose, da empresa chilena Arauco.
“Trago uma palavra sobre a questão dos EUA. O Brasil ficou com a menor tarifa entre as tarifas de importação que foram aplicadas. Nós entendemos que não deveria haver essa tarifa, pois os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil”, disse Alckmin.
Ao ser questionado sobre as taxas impostas pelos EUA a outros países, Alckmin lembrou que os Estados Unidos aplicam alíquota zero em 8 dos 10 produtos que mais exportam para o Brasil. “A alíquota média final de todos os produtos é de 2,7%”, explicou.
“O caminho é o diálogo e a negociação. Vamos trabalhar no sentido de reduzir essa alíquota, que não é boa, não só para o Brasil, mas também para o mundo e até mesmo para os próprios EUA. […] Temos que avançar no diálogo e na negociação”.
A guerra tarifária entre os gigantes mundiais
A nova decisão de Trump vem na esteira das reações chinesas às tarifas impostas pelos EUA. Nesta quarta, os asiáticos anunciaram taxas de 84% sobre os produtos importados dos norte-americanos, com previsão de que a medida passe a valer nesta quinta (10).
O contra-ataque chinês veio em resposta à taxa de 104% aplicada pelos EUA — medida que entrou em vigor já nesta quarta. Esse é mais um capítulo da escalada da guerra comercial entre as duas potências mundiais, que se intensificou na última semana.
Entenda, ponto a ponto, o embate:
Na quarta-feira passada (2), Trump detalhou a tabela de tarifas cobradas de mais de 180 países e regiões, com taxas vão de 10% a 50%.
As taxas menores passaram a valer já no último sábado (5). As maiores, que visam atingir países com os quais os EUA têm déficit comercial, seriam cobradas a partir de hoje.
A China foi um dos países atingidos — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa alíquota se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao “tarifaço”, o governo chinês impôs, na sexta passada (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram, então, aumentar a aposta. Trump deu um prazo até as 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (8) para o país asiático retirar as tarifas, ou seria ou seria taxado em mais 50%, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
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