Nutrição parenteral: entenda quando alimentação por sonda é necessária

O nome nutrição parenteral pode parecer estranho, mas o significa é simples: alimentação via intravenosa. Ou seja, é usada uma sonda que administra os nutrientes diretamente na corrente sanguínea, sem precisar do trato digestivo (boca, estômago, intestino, dentre outros órgãos).

“Faz-se através de fórmulas específicas adaptadas às necessidades de cada pessoa de acordo com as doenças apresentadas”, explica o gastroenterologista Leonardo da Cruz Peixoto, em entrevista à CNN.

Quando a nutrição parenteral é necessária?

Peixoto explica que a nutrição parenteral é uma alternativa quando o paciente não pode usar o trato digestivo para se alimemtar ou necessita um jejum mais prolongado. “odem ser situações em que o trato digestório não está apto a absorver os alimentos como em doenças inflamatórias extensas no intestino, quando não podemos estimular secreções pancreáticas como no caso da pancreatite aguda grave ou situações em que o trânsito gastrointestinal encontra-se comprometido como nas oclusões ou suboclusões intestinais nas quais o repouso intestinal é importante para que haja a recuperação do quadro”, descreve.

No caso recente do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, a obstrução intestinal que ele apresenta impede que a digestão via oral se complete, o que requer uma nutrição parenteral para ver se o quadro se resolve. “Para entender se a obstrução é temporária ou definitiva, é preciso manter o paciente por um tempo em ‘jejum’ de alimentos sólidos e alguns melhoram espontaneamente, e outros vão precisar fazer um tratamento cirúrgico”, considera o gastroenterologista Alexandre Carlos, médico-assistente do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas de São Paulo (HC-FMUSP).

Há outras situações em que a alimentação via intravenosa é uma boa opção, como:

  • Cirurgias abdominais;
  • Isquemia intestinal;
  • Doenças inflamatórias intestinais;
  • Fístulas digestivas de alto débito;
  • Pacientes internados em CTI em certas condições;
  • Íleo metabólico;
  • Enterites graves;
  • Prematuridade extrema.

Complicações da nutrição parenteral

Entre os riscos da nutrição parenteral temos:

  • Infecções;
  • Trombose;
  • Desequilíbrios metabólicos;
  • Atrofia intestinal;
  • Inflamação da vesícula biliar.

Quando o paciente pode voltar à alimentação normal?

O retorno à alimentação oral depende da resolução do quadro inicial, como explica Peixoto. Geralmente, os médicos percebem melhoras nos sintomas como náuseas, dor e distensão abdominal, além disso “reaparecimento dos movimentos intestinais que podem ser auscultados pela equipe médica, eliminação de gases e retorno do apetite”, enumera o especialista.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Nutrição parenteral: entenda quando alimentação por sonda é necessária no site CNN Brasil.

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