Empresária condenada por matar ex-funcionária disse que viu mensagens da vítima falando sobre suposto caso com marido dela


A vítima, Ana Vitória Alves, teria deixado seu perfil em uma rede social aberto no computador da ex-chefe. Adriana Alexina Leal Borges André foi condenada a 12 anos de prisão. Ana Vitória Pereira Alves, de 19 anos, foi morta com um tiro na cabeça, em Goiás
Reprodução/Redes sociais
A empresária Adriana Alexina Leal Borges André, condenada a 12 anos de prisão por matar uma ex-funcionária, disse que viu mensagens da vítima falando sobre o suposto caso com o marido dela. De acordo com a polícia, a jovem teria deixado sua conta em uma rede social aberta no computador da ex-chefe, que encontrou as conversas sobre o marido.
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O crime aconteceu em 31 de março de 2018, em Catalão, no restaurante de Adriana, que confessou ter matado Ana Vitória Pereira Alves, com um tiro na cabeça. A empresária foi presa no dia 29 de março de 2025, 7 anos depois do crime, após mandado de prisão definitiva expedido pela Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
Relembre o caso
A comerciante, de 28 anos, matou a ex-funcionária, de 19 anos, após descobrir um suposto caso entre a jovem e o marido dela. Adriana Alexina Leal Borges André procurou a delegacia dois dias após o crime e confessou ter matado Ana Vitória Pereira Alves, que eventualmente prestava serviços em seu restaurante.
Crime foi cometido no restaurante da suspeita, em Catalão, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Segundo a delegada responsável pelo caso, Alessandra Maria Castro, a mulher admitiu a autoria do crime e ainda apresentou a arma utilizada para efetuar os disparos. Em entrevista ao g1, ela informou que Adriana começou a desconfiar da traição uma semana antes de matar a jovem.
“Antes do crime, o casal se encontrou com a jovem em uma festa. A Adriana disse que notou um olhar diferente entre eles e questionou o marido, mas ele refutou a situação”, disse a delegada.
Algum tempo depois, ainda desconfiada, a empresária encontrou mensagens de Ana Vitória falando sobre o caso suposto extraconjugal com outras pessoas em seu perfil em uma rede social, que havia ficado aberto no computador de Adriana.
Emboscada
Ao descobrir a traição, Adriana armou um plano para matar a suposta amante do marido. A dona do restaurante ligou para Ana Vitória, dizendo que precisava da ajuda dela com um serviço no restaurante. A empresária foi buscá-la e, já no estabelecimento, as duas começaram uma discussão.
“A Adriana conta que perguntou se a funcionária tinha um caso com o marido e ela respondeu que sim. Em seguida, ela diz que a Ana Vitória começou a ofendê-la, dizendo que era mais nova e que já havia dormido com o marido dela na cama do casal”, afirmou a delegada.
Durante a briga, Adriana pegou a arma e deu um tiro na cabeça da jovem, que morreu no local. O marido da empresária, que estava na parte dos fundos do estabelecimento, fugiu assim que ouviu os tiros, com medo de ser o próximo alvo da esposa.
Após matar Ana Vitória, Adriana foi direto para sua casa, que ficava a 500 metros do local do crime, pediu que uma babá cuidasse do filho do casal, que na época tinha 2 anos, e fugiu.
Ana Vitória Pereira Alves, de 19 anos, foi morta com um tiro na cabeça; suspeita se entregou e confessou crime, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
Dois dias depois, ela se apresentou à polícia, confessou ter atirado na ex-funcionária e entregou a arma usada para matar Ana Vitória. Segundo a delegada, o marido foi ouvido e não teve participação no crime.
Condenação
A sentença de Adriana Alexina Leal Borges foi assinada em setembro do ano passado, quando a defesa apresentou recurso que foi negado em fevereiro deste ano. Ao g1, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE), que representou a empresária, disse que não vai comentar o caso (veja a nota na íntegra ao fim do texto).
A dona do restaurante foi condenada por homicídio qualificado cometido à traição, de emboscada ou mediante dissimulação contra a vítima. A defesa tentou pedir um novo julgamento, com o intuito de que o caso fosse julgado como legítima defesa ou homicídio privilegiado, quando o crime é cometido sob violenta emoção ou por relevante valor moral ou social.
Entretanto, o laudo da perícia atestou que o disparo foi feito por trás da vítima, sem direito a defesa, e a curta distância, sem tempo de reação. Além disso, segundo a sentença, testemunhas alegaram que a vítima estava desarmada e sem qualquer objeto que pudesse ser usado para defesa.
Diante dos fatos, Adriana Alexina Leal Borges André foi condenada à pena mínima para o crime, o que revoltou a família da vítima. Em entrevista ao g1, Joyce Alves, irmã de Ana Vitória, disse que ela era muito querida na cidade onde morava, Davinópolis, e que a irmã havia acabado de comprar um casa.
“Pelo o que ela [Adriana] fez, de forma covarde e premeditada o crime, a condenação foi pouca. Ela pegou 12 [anos]. Só vai cumprir 6. Hoje nosso sentimento é de impunidade”, disse ela.
Atualmente, a empresária cumpre 12 anos de prisão na Unidade Prisional Feminina de Orizona, de acordo com a Polícia Penal.
Empresária que matou funcionária é condenada a 12 anos de prisão
Nota da DPE
A Defensoria Pública do Estado de Goiás informa que representou a investigada durante a audiência de custódia, cumprindo seu dever legal e constitucional de garantir a defesa de pessoas que não tenham condições de pagar por um profissional particular, e não comentará sobre o caso. A partir disso, por se tratar de comarca onde a DPE-GO não está instalada de forma permanente, ocorre sua desabilitação no processo. Assim, será oportunizado prazo para a acusada constituir sua defesa ou para que haja nomeação pelo juízo.
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