O ambulante senegalês, Ngange Mbaye, de 34 anos, morto a tiros por um policial militar durante uma ação no Brás na última sexta-feira (11), deixou uma companheira grávida de sete meses.
O advogado da mulher, Adriano Santos, revelou que o casal planejava realizar o chá de bebê no dia seguinte ao falecimento, no sábado (13).
Segundo o advogado, a companheira de Ngange, Ângela, trabalhava com ele há cerca de um ano. O advogado afirma que vai processar o Estado, pedindo indenização e pensão para Ângela. A defesa também afirmou que o ambulante vendia chinelos coloridos e que as mercadorias não eram irregulares.
“Ele não tem nenhum parente aqui, mas a gente vai fazer isso até porque quem que vai ajudar ela a cuidar da criança? Ela não tem ajuda de ninguém agora”, disse Adriano à CNN.
Entenda o caso
Segundo a Polícia Militar, agentes tentavam apreender mercadorias irregulares quando Ngange Mbaye se exaltou, pegou uma barra de ferro e agrediu um deles. Veja vídeo:
O policial ferido foi socorrido, enquanto o ambulante chegou a ser estabilizado no local, mas não resistiu.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que foi instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar o caso e que o PM envolvido na abordagem foi afastado.
O Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC) divulgou uma nota de pesar lamentando a morte de Mbaye. “Expressamos nossa solidariedade à família de Ngange, à comunidade senegalesa e a todas as pessoas migrantes que, diariamente, enfrentam racismo, xenofobia e precarização em suas rotinas de trabalho e sobrevivência”.
O CDHIC é uma organização da sociedade civil que atua na promoção e defesa dos direitos e cidadania de migrantes e refugiados.
*Sob supervisão
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ambulante senegalês morto por PM deixou companheira grávida de 7 meses no site CNN Brasil.