Integrantes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) devem divulgar um manifesto para pedir a exoneração de Luiz Fernando Corrêa, atual diretor-geral do órgão.
A carta será assinada pela União dos Profissionais Inteligência de Estado (Intelis), que já publicou outras demonstrações de insatisfação com a atual gestão.
Corrêa prestará depoimento nesta quinta-feira (17), às 15h, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília (DF). A oitiva será simultânea à do ex-número 2 da agência Alessandro Moretti.
No documento, a Intelis alegará a falta de defesa aos trabalhos da Abin. Desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os associados criticam a escolha de um delegado da PF para o cargo, em detrimento de um funcionário de carreira.
No começo das investigações, a PF já apontou que atual gestão tentou impedir apuração dos investigadores sobre o esquema de espionagem ilegal do governo Jair Bolsonaro (PL).
As suspeitas levaram à demissão de Moretti, mas com apoio do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), órgão ao qual a Abin está subordinada, Corrêa se mantém no cargo.
Ainda na quarta-feira (16), a Intelis divulgou um comunicado em que criticou os vazamentos de depoimentos de servidores da Abin à PF.
“Diante da gravidade dos fatos, a Intelis informa que está ingressando com representação junto ao Ministério Público Federal para que sejam apurados,de forma rigorosa e independente, os vazamentos ocorridos e a conduta de ampliação indevida do escopo investigativo para temas fora da competência legal da Polícia Federal”, diz a nota.
Depoimentos
O estopim para os investigadores optarem pelos depoimentos de Moretti e Corrêa foi a revelação de que o Brasil fez um ataque hacker contra o Paraguai para obter informações sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Corrêa e Moretti também terão que esclarecer a suspeita de que durante o governo Lula, a atual gestão da agência tentou atrapalhar as investigações da Abin Paralela desde 2023.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Servidores da Abin organizam pedido público por exoneração do diretor-geral no site CNN Brasil.