Conhecido por seus investimentos em óleo e gás, o empresário brasileiro Eike Batista, desta vez, mira investimentos na produção de combustíveis verdes.
O mais novo empreendimento é a “supercana”, variedade geneticamente melhorada para a produção de etanol para aviação e bioplástico.
“É uma planta com fotossíntese turbinada. Ela produz até três vezes mais etanol por hectare e até 12 vezes mais biomassa. É uma revolução semelhante à que ocorreu no Brasil com o papel e a celulose, quando todos utilizavam o pinheiro, que levava 20 anos para crescer, e trocaram pelo eucalipto, que se desenvolve em apenas sete anos”, explicou Eike em entrevista à CNN em fevereiro.
O empresário atuará como consultor do projeto, com a possibilidade de converter sua participação em ações futuramente.
Na mesma época, Eike anúnciou na sua conta do X (antigo Twitter) que estava de volta aos negócios com o empreendimento da “supercana”. O empresário compartilhou a notícia de investimento de R$ 2,95 bilhões para a variedade geneticamente melhorada com a legenda “I’am back”, que em inglês significa eu estou de volta.
Na postagem seguinte, Eike mencionou o mega empresário sul-africano, Elon Muask, ao relembrar um encontro dos dois em 2008. “Hey @elonmusk, remember Rio ’08? Let’s talk supercana and X!”. “Ei Elon Musk, lembra do Rio em 2008? Vamos falar de supercana e X!”, em tradução livre.
Musk é o atual conselheiro sênior do presidente norte-americano, Donald Trump, desde o começo da gestão do republicano em janeiro deste ano.
O foco principal da iniciativa é a produção de etanol voltado para o setor de aviação.
Atualmente, o Brasil lidera como o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com mais de 650 milhões de toneladas colhidas por ano, e ocupa a segunda posição na produção de etanol, atrás apenas dos Estados Unidos.
De acordo com o empresário, a combinação entre a vocação natural do país para o setor e o uso de tecnologia avançada pode transformar o projeto em um marco na transição para a energia limpa.
“A produtividade dessa cana permite que o preço do etanol fique, literalmente, o mesmo do querosene. Não vai haver disputa. Vão usar o combustível limpo”, afirmou Eike na mesma oportunidade.
Aproveitamento da biomassa
Além da produção de etanol, o projeto contempla o uso do bagaço da cana-de-açúcar para a fabricação de embalagens, talheres e canudos biodegradáveis.
Esses produtos serão inicialmente produzidos em países como Dubai e os Estados Unidos e, futuramente, também no Brasil.
A produção da chamada “supercana” ocorrerá no município de Quissamã, localizado no norte fluminense, uma região estratégica por sua proximidade com o Porto do Açu — importante via de exportação de commodities como o minério de ferro.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Saiba o que é a “supercana”, o novo investimento de Eike Batista no site CNN Brasil.
