Doação de órgãos: Paraná tem menor taxa de recusa familiar

Doação de órgãos: Paraná tem menor taxa de recusa familiar

Líder nacional em doação de órgãos, o Paraná também registra a menor taxa de recusa familiar do país, com índice de 28%. A média nacional é de 46%. O processo de doação de órgãos tem início a partir do diagnóstico da morte encefálica.

No Brasil, mesmo que se demonstre em vida o desejo de ser doador, a autorização depende da família. No Paraná, a abordagem com os familiares é feita por profissionais especializados do Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR).

A coordenadora do SET, Juliana Ribeiro Giugni, explica que os profissionais recebem treinamento com foco em garantir que a abordagem seja a mais esclarecedora possível e humanizada.

O trabalho realizado pelo SET/PR envolve cerca de 700 profissionais, incluindo servidores da Central Estadual de Transplantes em Curitiba e das quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel.

Também integram o sistema, 70 hospitais notificantes, 34 equipes transplantadoras de órgãos, 72 equipes transplantadoras de tecidos, cinco laboratórios de histocompatibilidade, três laboratórios de sorologia e três bancos de tecidos.

A Psicóloga da OPO de Maringá, Marcela Battilani, atua há oito anos no processo de doação e transplante de órgãos no Paraná.  Ela ressalta que, apesar das dificuldades, é marcante poder acompanhar a transformação na vivência do luto das famílias.

De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), elaborados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o Paraná encerrou 2024 com 42,3 doadores por milhão de população (pmp). O número é mais do que o dobro da média nacional (19,2 pmp).

O levantamento mostra ainda que o estado lidera o indicador de órgãos efetivamente transplantados. Em números absolutos, foram 500 doadores efetivos, com um total de 903 transplantes de órgãos e 1.248 transplantes de córneas.

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, considera que os números são reflexo de um trabalho bem estruturado, com políticas públicas eficientes e treinamento especializado de todos os profissionais envolvidos no processo de doação de órgãos. 

O Brasil é o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Reportagem: Vanessa Fontanella

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