Líder da Igreja Católica, o Papa Francisco faleceu nesta segunda (21) aos 88 anos anos. O pontífice argentino foi o primeiro latino-americano da história e também o primeiro jesuíta e teve um papado reformista, com muitas mudanças, inclusive em relação ao seu meio de transporte. Defensor da causa ambiental, papa Francisco adotou um carro elétrico como papamóvel.
O modelo foi desenvolvido especialmente para o Papa Francisco, é baseado na versão elétrica do Mercedes-Benz G-Class. O veículo, que adota as placas SCV-1, foi o primeiro totalmente elétrico a ser utilizado pelo pontífice em aparições públicas, marcando uma transição simbólica rumo à mobilidade com emissão zero.
O modelo foi entregue como doação da Mercedes-Benz ao Vaticano em dezembro de 2024. E a útima vez que foi utilizado por Papa Francisco foi na véspera de sua morte. Nesse domingo de Páscoa (20), o pontífice surpreendeu a todos ao fazer sua derradeira procissão pelos fiéis com o papamóvel.
A escolha de um carro elétrico é alinhada com os princípios da encíclica Laudato Si’, publicada pelo Papa Francisco em 2015. O documento destaca a importância do cuidado com o meio ambiente e da adoção de práticas responsáveis no uso de recursos naturais.

O último papamóvel de Francisco foi fabricado por equipes da Áustria, Alemanha e Itália, com coordenação do projeto baseada em Roma. O processo durou cerca de um ano, exigindo adaptações específicas tanto no design quanto na motorização.
O novo papamóvel foi construído sobre o Mercedes-Benz G580 com tecnologia EQ, que utiliza quatro motores elétricos próximos às rodas. Essa configuração foi ajustada para atender às necessidades de deslocamentos em baixa velocidade típicos dos compromissos papais. O consumo de energia informado varia entre 27,7 e 30,4 kWh por 100 km, com emissão de CO₂ igual a zero, de acordo com os padrões WLTP.

O carro foi adaptado para virar papamóvel com a área traseira transformada para abrigar um assento único, central e ajustável em altura, com capacidade de rotação para facilitar a interação do Papa com o público. Outros dois assentos adicionais foram posicionados nas laterais.
A porta traseira do lado esquerdo foi substituída por uma estrutura contínua, moldada e soldada manualmente à carroceria. Já no lado direito, a porta foi mantida, mas com dobradiças invertidas. O teto foi parcialmente removido a partir da coluna B, permitindo maior visibilidade. Um teto removível pode ser instalado em caso de mau tempo.
O carro mantém a cor externa tradicional dos papamóveis – branco perolizado – e, apesar de sua natureza elétrica e moderna, segue o estilo visual das versões anteriores da Mercedes-Benz utilizadas pelo Vaticano.

Aliás, a Mercedes-Benz tem tradição quase centenária de atender o Vaticano. Tudo começou em 1930, quando forneceu um Nürburg 460 Pullman Saloon ao Papa Pio XI. Desde então, diferentes papas utilizaram versões adaptadas de modelos da fabricante, como o 300 Landaulet e o G500. Esse último ficou bem conhecido nos anos 1980 com o papa São João Paulo II.
Apesar de ser o primeiro papamóvel elétrico para aparição pública, o Mercedes-Benz Classe G não é o primeiro EV da frota do Vaticano. Esse feito pertence ao Nissan Leaf, que ganhou o modelo em 2017, mas o novo Classe G representa o primeiro modelo construído sob medida, desde o início, com propulsão elétrica.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Elétrico e sustentável: conheça o último papamóvel do Papa Francisco no site CNN Brasil.