Mesmo preocupações com a conta, brasileiros apoiam o carro elétrico.

Com a proximidade da COP30, uma pesquisa global realizada pela Ipsos procurou saber qual a percepção das pessoas a respeito de quem é a responsabilidade diante do enfrentamento a crise climática e estratégias de descarbonização da economia.

A pesquisa ouviu pessoas em 32 países, entre eles o Brasil, e um ponto em comum destacado por todos os entrevistados recai sobre os verdadeiros responsáveis pela crise global, como destacou Marcos Caliari – CEO da Ipsos do Brasil: ” A pesquisa traz vários insights sobre o planeta e a temática da sustentabilidade. E algo que vale ser destacado é a forma como as pessoas estão – cada vez mais – responsabilizando governos e empresas pela questão climática. Muito mais do que a si mesmas”.

Dos ouvidos, 53% vêem o aumento das temperaturas médias do planeta como um grande problema. Mas, 44% acredita que a aposta na produção de energia limpa poderá aumentar o preço do boleto a ser pago para a companhia de energia no final do mês, especialmente os alemães, holandeses e belgas. Já entre os brasileiros, 22% acham que essa mudança pode causar apagões.

Segundo o CEO da IPSOS do Brasil, a Europa Ocidental traz seus motivos para tanto temor. “A Europa Ocidental foi pega num risco de abastecimento de energia muito grave em função da Guerra na Ucrânia e a gente vê que eles vêem a transição com mais medo por causa disso. Neste caso, qualquer instabilidade pode acirrar os riscos que eles estão sofrendo”.

Diante da realidade climática pesando mais sobre os países menos desenvolvidos, 41% dos brasileiros ouvidos afirmam que as energias renováveis contribuem com a segurança global. “De maneira geral, os países da América Latina que a gente estuda são os que mais reconhecem os riscos vindos das mudanças climáticas. São os que mais sentem a necessidade de ações do Governo e são os que mais demandam que seus próprios Governos tenham ações”, lembrou Marcos Caliari.

Outro ponto curioso levantado pela pesquisa é o grau de aceitação ao uso do carro elétrico. Na França, país que possui uma das maiores frotas de carros elétricos da Europa, 58% dos entrevistados acreditam que este modelo de transporte pode fazer mal ao meio ambiente. No Brasil, apenas 22% dos brasileiros rejeitam os elétricos.

Para Marcos Caliari, a resistência dos franceses está muito mais alinhada a burocracia durante a implantação da frota no país do que – especificamente – ao conceito de carro elétrico. “Muitas vezes, o conceito do carro elétrico pode ser bem vindo; mas, rejeitam a regulamentação que está sendo imposta. Nem sempre é apenas sobre o carro elétrico em si. Muitas vezes é sobre como fazer isso.” destacou o CEO.

E a mesma lógica pode ser aplicada à percepção individual sobre as responsabilidades com o Meio Ambiente. A dura realidade dos brasileiros afasta a população do papel de agente da preservação, como lembra Caliari: ” O momento econômico da população brasileira desestimula a preocupação com a sustentabilidade. Quer dizer, é comum a gente ver aqui preocupações mais ligadas ao financeiro, por exemplo: ao custo de vida. Essa dura realidade do brasileiro normalmente tem prevalência a outras preocupações como a preservação do Meio Ambiente.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Mesmo preocupações com a conta, brasileiros apoiam o carro elétrico. no site CNN Brasil.

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