A Polícia Civil de São Paulo acredita que Esteliano José Madureira, apontado como assassino da estudante Bruna Oliveira da Silva, tenha sido executado pelo Tribunal do Crime do PCC.
Os delegados responsáveis pela investigação afirmaram nesta quinta-feira (24) que as circunstâncias do crime tornam a execução por meio da facção criminosa a principal hipótese para o crime.
O corpo de Esteliano Madureira foi encontrado nesta quarta-feira (23), às margens da Avenida Morumbi, próximo ao acesso à Marginal Pinheiros, na zona Sul de São Paulo. A Polícia Militar foi acionada por volta das 21h.
De acordo com o boletim de ocorrência, o corpo estava dentro de uma lona azul amarrada por uma coberta cinza. Além disso, estava com as mãos e pés amarrados e apresentava diversas lesões produzidas por instrumento cortante no tronco — atingindo tórax e abdômen — na nuca e no ânus.
Para a investigação, as lesões indicam que Esteliano pode ter sido torturado. Somado a isso, está o fato de que o suspeito foi encontrado a 35 quilômetros de distância do local onde Bruna desapareceu, no bairro de Itaquera, na zona leste, região onde ele também vivia, de acordo com a polícia.
“As informações preliminares dão conta de que ele teria sido arrebatado na região que ele mora, lá na zona leste, levado primeiro para uma outra comunidade e depois teria sido levado pro interior de Paraisópolis. Depois disso ele foi encontrado naquele local”, afirmou o delegado Rogério Tomaz.
Apesar de menos prováveis, outras hipóteses para o crime ainda não foram descartadas.
Ainda segundo as investigações, Esteliano morava em uma comunidade localizada a 300 metros do local onde o corpo de Bruna foi localizado. Ele era usuário de drogas e auxiliava feirantes a montarem e desmontarem bancas na região do metrô Itaquera, onde Bruna desembarcou na noite em que foi morta.
“Então no domingo mesmo a começou a fazer trabalho [de investigação] de forma velada. Consultando moradores da região, a gente descobriu que entre eles também havia um certo desconforto pela prática desse crime [violência sexual] e eles também tinham interesse de descobrir quem era. E alguém já ventilava o nome dele”, destacou o delegado Alexandre Menechini.
Relembre o caso
O corpo de Bruna Oliveira da Silva, 28 anos, foi encontrado na quinta-feira (17). Ela estava desaparecida desde domingo (13), após sair da casa do namorado, no Butantã (zona oeste), e pegar o metrô de volta para sua casa em Itaquera, onde pretendia encontrar seu filho de 7 anos que estava com o avô.
Ao chegar no terminal Itaquera, por volta das 22h, Bruna enviou uma mensagem ao namorado pedindo um Pix para solicitar um carro de aplicativo para casa, pois já era tarde.
O valor foi transferido, mas, conforme apurado, Bruna não chegou a utilizar o serviço e essa foi a última mensagem trocada com o namorado.
O cadáver foi localizado perto da Fatec Itaquera, na zona leste de São Paulo. A informação foi confirmada pela família. A vítima apresentava sinais evidentes de violência e estava muito machucada, segundo revelou a delegada Ivalda Aleixo, responsável pelo caso.
Um vídeo de uma câmera de segurança mostra a estudante da Universidade de São Paulo (USP), sendo seguida por um homem. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) divulgou, nesta quarta-feira (23), a identidade do suspeito, identificado como Esteliano José Madureira, de 43 anos, apontado pela polícia como o assassino da jovem. A SSP informou que ele não possui “nenhuma relação com a vítima”.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Estudante da USP: Suspeito foi morto em tribunal do PCC, acredita polícia no site CNN Brasil.