Kamala Harris escolhe Tim Walz como candidato à vice do Partido Democrata na disputa à Casa Branca

Foi ensinando que o governador do estado de Minnesota descobriu que o humor prendia a atenção dos alunos. Levou a tática para a política, sendo temido pela oratória afiada e, muitas vezes, ousada. Tim Walz é escolhido por Kamala para ser vice na chapa dela à presidência dos Estados Unidos
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, escolheu o candidato à vice dela na disputa à Casa Branca.
Tim Walz, governador do estado de Minnesota, não era o favorito. Mas uma fala mudou tudo.
“A gente nem consegue ir ao jantar no Dia de Ação de Graças com o nosso tio, porque você termina em uma briga esquisita, que é desnecessária. Eu acho que acho que unir novamente as pessoas… Bom, é verdade, esses caras são totalmente esquisitos”.
Ele se referia aos candidatos republicanos Donald Trump e J.D. Vance. O adjetivo “esquisitos” pegou e passou a ser usado pela campanha de Kamala Harris.
A escolha de Tim Walz pela atual vice-presidente e candidata do Partido Democrata à Casa Branca veio pelas redes sociais. Ela disse que “como governador, treinador, professor e veterano, ele contribuiu com as famílias de trabalhadores como a dele”.
Agora, o homem que nasceu há 60 anos, que nasceu em uma cidade de 400 habitantes no estado do Nebraska, pode virar o vice-presidente de 333 milhões de americanos.
A campanha do rival Donald Trump já se pronunciou. Disse que o candidato à vice é um perigoso extremista liberal.
Tim Walz veio de família humilde. Foi sargento da Guarda Nacional. Se formou em ciências sociais e virou professor de geografia. Fala mandarim porque deu aula na China. Foi ensinado que descobriu que o humor prendia a atenção dos alunos. Levou a tática para a política, sendo temido pela oratória afiada e, muitas vezes, ousada. Foi como professor que conheceu a mulher, Gwen Whipple. Eles têm dois filhos.
Por 12 anos, Walz foi deputado pelo estado de Minnesota. Em 2018, foi eleito governador. Ocupa o cargo até hoje. Nesse tempo, assinou leis consideradas progressistas, como licença remunerada, merenda gratuita nas escolas e o direito ao aborto.
Em 2020, foi acusado de demorar a convocar a Guarda Nacional para impedir protestos violentos depois da morte de George Floyd – um homem negro, assassinado por um policial branco.
A escolha de Tim Walz deixou alguns eleitores com uma pergunta em aberto: por que Kamala Harris escolheu um candidato progressista em vez de um nome mais conservador, que poderia atrair eleitores mais ao centro ou até de oposição insatisfeitos com Trump?
A resposta está no mapa. As pesquisas apontam que eleitores do chamado Cinturão da Ferrugem vão ajudar a decidir a eleição. Muitos de estados pêndulo, que balançam entre democratas e republicanos.
Esses eleitores são pessoas que trabalhavam em fábricas que fecharam ou trabalhadores rurais que viram o padrão de vida cair ao longo dos anos. Walz é a aposta para recuperar quem costumava votar nos democratas, porque muitos se identificam com ele, que veio de uma zona rural e tem gostos que são a cara desse eleitorado: caça e futebol americano. Por isso, a primeira aparição dos dois foi na noite desta terça-feira (6) exatamente em um desses estados: a Pensilvânia.
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