
Aumento no número de animais em lago em Maxaranguape, que fica próximo a casas e escolas, assustou moradores nos últimos meses na região. Jacarés em lago em Maracajaú, no litoral do Rio Grande do Norte
Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi
A alta disponibilidade de comida, inclusive oferecida por moradores no entorno do lago temporário da praia de Maxaranguape, pode ser a explicação para a proliferação de jacarés no local ao longo dos últimos meses.
A constatação foi da equipe ténica do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) que vistoriou a área nesta sexta-feira (25) junto com a prefeitura do município, para avaliar as medidas necessárias para a retirada dos jacarés.
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Pela manhã, os técnicos do Idema não conseguiram fazer a contagem dos animais, a fim de planejar a transferência para outro local, por causa da movimentação de pessoas na região e o comportamento dos jacarés.
Já a prefeitura de Maxaranguape anunciou que vai instalar uma cerca, até a próxima semana, para evitar aproximação da população.
O aumento na quantidade de jacarés tem assustado moradores e gerado preocupação. O lago, que se forma todos os anos na mesma localidade no período de chuvas, fica perto de casas e a cerca de 500 metros de uma escola. Nesta sexta (25), estudantes fizeram uma visita ao local.
“Os animais têm que procurar alimento por conta própria. A população não deve alimentar animais silvestres. Isso vai causar uma série de problemas. Estamos vendo nessa comunidade uma reprodução que provavelmente é ocasionada por essa grande disponibilidade de alimento, os animais não precisam caçar para ter o seu alimento. Isso é um problema sério”, afirmou Marcelo Silva, coordenador do setor de fauna do Idema.
Visita técnica aconteceu na manhã desta sexta (25). Escola também fez excursão com alunos.
Sérgio Henrique Santos/Inter TV Cabugi
A força-tarefa formada por órgãos ambientais, prefeitura de Maxaranguape e governo do Rio Grande do Norte planeja retirar os jacarés do lago temporário em até três semanas.
O plano para a retirada dos animais foi elaborado após uma reunião na quarta-feira (23) no Idema, em Natal. O animais devem ser retirados do lago e transferidos para rios na própria região, segundo o diretor-técnico do Idema Thales Dantas.
Aumento de jacarés assusta moradores
Os moradores contaram que os jacarés apareceram há alguns anos, mas nunca na quantidade atual, o que tem assustado, já que houve registros de alguns que invadiram casas próximas.
“Na casa da minha mãe, que mora aqui próximo, um desses jacarés entrou e travou uma briga com a cachorra dela, que é de grande porte, que foi atingida na boca e cortou. Mas a cachorra matou o jacaré”, contou o professor Eider Santos.
Jacarés se proliferam em lagoa, em Maracajaú
“Há outros relatos de pessoas que residem aquii perto de jacarés perto do portão das casas. O pessoal tem foto e tudo mais”, completou.
Beira do lago
Enquanto uma decisão não é tomada, os jacarés têm vivido na região e aparecem também na beira do lago, sendo vistos por quem passa pelo local em vários momentos do dia.
A professora Mineia de Morais, que dá aula na escola a 500 metros do lago, acredita que a presença dos animais representa um risco na região.
“Temos crianças pequenas, de 2 a 3 anos de idade, e é arriscado. Nosso horário [no colégio] é até 17h, então a gente fica muito preocupado devido a eles já estarem invadindo as casas”, disse.
A Secretaria de Sustentabilidade Ambiental informou que, por isso, também tem atuado na conscientização da população local para que evite alimentar os jacarés com restos de comida.
De acordo com a pasta, essa prática “contribui para o crescimento acelerado e a procriação precoce desses animais, agravando ainda mais o problema”.
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