O ex-CEO da Hurb (antigo Hotel Urbano), João Ricardo Rangel Mendes, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada na tarde deste domingo (27), na Central de Audiências de Custódia, em Benfica, zona norte do Rio de Janeiro.
A decisão foi tomada pela juíza Andressa Maria Ramos, que fundamentou a medida na necessidade de garantir a ordem pública e econômica, diante da “violação concreta da paz social”.
O juízo também destacou que João Ricardo possui antecedentes criminais relacionados a crimes patrimoniais, o que pesou para manter a detenção.
João Ricardo foi preso na última sexta-feira (25), acusado de subtrair obras de arte e objetos de valor em dois endereços da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
De acordo com a denúncia, ele teria furtado uma obra de arte e três esculturas em um hotel de luxo e, no dia seguinte, invadido um escritório de arquitetura localizado em um shopping da região, de onde levou dois quadros, um iPad e a carteira do proprietário.
Segundo a Polícia Civil, as imagens das câmeras de segurança foram cruciais para a identificação do ex-CEO, que utilizou a mesma motocicleta para cometer ambos os crimes.
No momento da abordagem em sua cobertura de luxo, Mendes tentou fugir, mas foi detido no terraço do imóvel. No local, os agentes encontraram três esculturas e um dos quadros furtados, avaliados em aproximadamente R$ 23 mil. Uma das pinturas ainda não foi localizada, e as investigações prosseguem para recuperá-la.
Todo o material já encontrado foi devolvido aos legítimos proprietários. João Ricardo foi autuado em flagrante pelo crime de furto na 16ª DP (Barra da Tijuca).
A CNN não conseguiu contato com a defesa do empresário João Ricardo Mendes.
Histórico de polêmicas e crise no Hurb
A prisão acontece pouco mais de um ano após João Ricardo renunciar ao cargo de CEO da Hurb, em meio a uma série de polêmicas envolvendo a companhia e seu comportamento pessoal.
Em abril de 2023, ele deixou o comando da empresa após a divulgação de relatos de clientes que foram destratados, xingados e tiveram seus dados pessoais expostos em conversas divulgadas nas redes sociais.
Em sua carta de renúncia, João Ricardo atribuiu seu comportamento agressivo ao abalo emocional causado pela morte de sua mãe. O episódio agravou a crise na empresa, que já enfrentava severas críticas de consumidores por cancelamentos de reservas e alegações de problemas financeiros.
Ainda em abril de 2023, o Ministério do Turismo cancelou o cadastro da Hurb no sistema Cadastur, impedindo a companhia de atuar no setor turístico. A decisão foi tomada após denúncias de descumprimento contratual e elevado número de reclamações.
Além disso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) exigiu da empresa informações detalhadas sobre sua saúde financeira e considerou a atuação da Hurb “inviável” operacional e financeiramente.
Em resposta, a Hurb acusou o Ministério do Turismo e a Senacon de motivação política nas decisões e alegou ter sido surpreendida pelas medidas. Atualmente, o site oficial da Hurb continua fora do ar, enquanto a empresa enfrenta uma série de reclamações de consumidores em todo o país, tanto na esfera judicial quanto na administrativa.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ex-CEO da Hurb tem prisão convertida em preventiva após furtos no Rio no site CNN Brasil.