Caso Vitória: o que se sabe sobre 3ª pessoa que estaria na cena do crime

Durante entrevista coletiva concedida nessa terça-feira (29), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) declarou que pedirá para a Polícia Civil de São Paulo instaurar um novo inquérito policial para apurar o envolvimento de uma terceira pessoa no caso Vitória.

Na coletiva, o MPSP apresentou denúncia contra Maicol dos Santos, único suspeito preso pela morte da jovem Vitória Regina, de 17 anos, encontrada morta em um terreno na Grande São Paulo.

O mistério acerca do caso segue após quase dois meses desde que o corpo da jovem foi encontrado em estado de decomposição, em Cajamar (SP). Entre prisões temporárias e diversas diligências e depoimentos de todos os envolvidos, a Polícia Civil apresentou um relatório final que não responde todas as perguntas sobre o caso.

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Durante os últimos 57 dias, Maicol dos Santos, denunciado nessa terça-feira por diversos crimes — entre eles feminicídio e ocultação de cadáver — ficou preso temporariamente. A polícia declarou, por mais de uma oportunidade, que ele agiu sozinho. Contudo, um terceiro elemento surgiu como provável participante em um dos crimes.

Justiça prorroga prisão temporária de principal suspeito

Investigação aponta para envolvido em ocultação de cadáver

A possibilidade do envolvimento de uma outra pessoa, na verdade, não passou a ser avaliada somente nesta terça-feira. Uma das reviravoltas na investigação está no pedido de renovação da prisão temporária de Maicol. A Polícia Civil deixou em aberto a possibilidade de o crime ter sido praticado por “mais indivíduos”.

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Inicialmente, a investigação conduzida pela Polícia Civil apontava Maicol como o único suspeito. A motivação apontada pela polícia seria a obsessão que Maicol tinha por Vitória. Apesar da confissão relatada pela polícia, a defesa de Maicol nega e alega que ele foi coagido a confessar o crime após a saída de seus advogados.

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De acordo com a polícia, um perfil genético masculino ainda não identificado foi encontrado no carro de Maicol. Essa pessoa, no entanto, não pode ser considerada como envolvida direta no assassinato da jovem.

O material foi localizado na parte posterior do banco dianteiro direito — banco do carona — no automóvel Toyota Corolla onde Vitória foi atacada.

Durante a coletiva, a polícia afirmou que esse material genético pode pertencer a qualquer pessoa, que pode ou não estar envolvida no crime.

Prazo para respostas

Após a abertura das investigações e prisão temporária, a Polícia Civil tinha 60 dias para entregar o relatório final. O prazo era fundamental para manter o regime fechado ao único suspeito do crime, que teria direito a liberdade após o prazo.

Nessa terça-feira, o MPSP informou que o pedido de prisão preventiva – regime sem prazo para cumprimento – foi solicitado pela polícia. O pedido será apreciado pelo magistrado que instrui o processo, em segredo de justiça.

O pedido de investigação demandado pelo MPSP para uma nova investigação, permitirá que a polícia tenha um novo prazo para apurar o envolvimento do “terceiro elemento”.

Em resposta à CNN, a defesa de Maicol afirmou que a denúncia por feminicídio vai contra o relatório final da Polícia Civil, que o indiciava por homicídio qualificado. De acordo com a defesa, a mudança na tipificação da denuncia é uma manobra da promotoria para dobrar a pena, que pode passar de 45 anos.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Caso Vitória: o que se sabe sobre 3ª pessoa que estaria na cena do crime no site CNN Brasil.

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