Onça-pintada que devorou caseiro ainda apresenta sinais de gastroenterite

A onça-pintada que devorou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Mato Grosso do Sul, ainda apresenta sinais de gastroenterite, segundo o boletim médico divulgado pelo governo do estado nesta quarta-feira (30).

O animal é diariamente avaliado pela equipe de veterinários do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. Os exames revelaram que a onça tem alterações de saúde de caráter agudo, que podem ser transitórias.

Além disso, o felino se alimenta regularmente e o estado de saúde é considerado estável até o momento. Há dois dias, o boletim informou que a onça se apresentou reativa com a presença humana e “tentou ameaçar ataque”. 

Alimentação do felino

Uma vez ao dia, o felino tem a disposição uma refeição de 7 quilos de uma fonte de proteína animal, como peixe, frango e carne bovina. Na última segunda-feira (28), o boletim médico do animal detalhou: “Comeu todo o alimento deixado ontem, sobrando apenas uma cabeça de peixe.”

Como um carnívoro acostumado com a predação, as onças-pintadas não comem necessariamente todos os dias, mas ingerem grandes quantidades de carne quando caçam. Por semana, os felinos consomem entre 35 e 40 kg de carne.

O macho pesava 94 quilos, quando chegou na reabilitação na última quinta-feira (24), enquanto o esperado para um animal de seu porte seria cerca de 120 quilos. Com 26 quilos mais magra, a onça “tem comido de tudo, não recusou nada”, de acordo com os veterinários.

Onça não deve voltar para a natureza

Após a recuperação, o animal não deve voltar à região de mata em que foi capturada três dias após o ataque.

O felino deve ser transferido para um recinto, definitivo ou provisório — assim que for reabilitado e exames mostrarem que o quadro está estável e houver reversão da desidratação.

Em nota à CNN, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) disse que futuros encaminhamentos serão discutidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) do estado em conjunto com o instituto.

“O animal deverá ser destinado a uma instituição mantenedora de fauna apta a recebê-lo e será incorporado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo ICMBio”, afirma a nota.

O destino do animal deve ser decidido no âmbito do programa que busca conservar a espécie em todos os biomas brasileiros.

Onça que devorou caseiro estava 26 kg abaixo do peso; entenda

Este conteúdo foi originalmente publicado em Onça-pintada que devorou caseiro ainda apresenta sinais de gastroenterite no site CNN Brasil.

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