Alerta aponta cheias severas dos rios Negro, Solimões e Amazonas no AM

O 2º Alerta de Cheias do Amazonas, divulgado nesta quarta-feira (30) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB), apontou cenário de uma cheia expressiva nos rios Negro, Solimões e Amazonas em 2025.

Com previsões feitas 45 dias antes do pico previsto, o levantamento mostra alta probabilidade de que esses rios alcancem a cota de inundação severa em diversas cidades do estado, afetando uma população de mais de 2,3 milhões de pessoas.

Em Manacapuru, por exemplo, o rio Solimões tem 53% de chance de ultrapassar a cota de inundação severa, estimada em 19,60 metros. Já em Itacoatiara, o risco de que o rio Amazonas atinja essa mesma classificação é ainda maior: 94%, com probabilidade de alcançar cerca de 14,57 metros.

Em Manaus, o rio Negro já superou a cota de inundação (27,50 m) e pode atingir até 28,91 metros, com 42% de chance de chegar à cota severa (29 m). Para Parintins, embora a previsão aponte para um nível elevado, a possibilidade de inundação severa é considerada baixa.

Segundo o gerente de Hidrologia e Gestão Territorial do SGB em Manaus, André Martinelli, os dados do segundo alerta confirmam a tendência apresentada no primeiro, divulgado com 75 dias de antecedência.
“A previsão reforça a perspectiva de uma cheia expressiva. Ainda que seja improvável superar os recordes históricos, os níveis devem se aproximar ou até ultrapassar a cota de inundação”, afirmou.

A diretora de Hidrologia e Gestão Territorial, Alice Castilho, detalhou que a cheia deste ano deve ficar entre 1,00 e 1,20 metro abaixo da registrada em 2021 em Manaus e Manacapuru, e até 80 centímetros abaixo em Itacoatiara e Parintins.

Ela destacou ainda o impacto do comportamento recente do rio Madeira, que atingiu seu pico com cerca de 15 dias de atraso, o que influencia as dinâmicas hidrológicas da bacia amazônica.

O evento de divulgação das previsões ocorreu na Superintendência Regional do SGB em Manaus (SUREG-MA), com participação de representantes da Defesa Civil e de órgãos de previsão climática.

O objetivo é apoiar o planejamento preventivo para o período crítico de cheia e fortalecer a articulação institucional em ações de resposta e mitigação.

Além das previsões hidrológicas, o SGB atua em conjunto com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e as defesas civis estadual e municipais, além de colaborar com instituições responsáveis por ações de saneamento e assistência em comunidades vulneráveis.

Castilho destacou ainda que o SGB participa de um grupo coordenado pela Casa Civil que também já está voltado para os preparativos do período seco, que sucede o período de cheias na Amazônia e apresenta desafios específicos, como o abastecimento de água em áreas isoladas e impactos na navegação fluvial.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Alerta aponta cheias severas dos rios Negro, Solimões e Amazonas no AM no site CNN Brasil.

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