
Tratado era visto como essencial para que os Estados Unidos mantivessem o apoio ao governo ucraniano na guerra contra a Rússia. Anúncio foi feito nesta quarta-feira (30). Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, no funeral do Papa Francisco na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
SERVIÇO DE IMPRENSA PRESIDENCIAL DA UCRANIA / AFP
Estados Unidos e Ucrânia assinaram nesta quarta-feira (30) um acordo econômico para a exploração das chamadas terras raras ucranianas. Essas áreas são ricas em minérios e recursos naturais.
O presidente americano, Donald Trump, pressionava a Ucrânia a assinar o acordo desde fevereiro. O tratado é visto como fundamental para que os Estados Unidos mantenham o apoio à Ucrânia na guerra.
Trump afirma que o acordo é uma forma de fazer com que a Ucrânia devolva aos Estados Unidos bilhões de dólares que foram enviados em forma de apoio militar e financeiro durante o conflito com a Rússia.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que o acordo permitirá investimentos para alavancar a economia ucraniana.
“Essa parceria permite que os Estados Unidos invistam ao lado da Ucrânia, desbloqueiem os ativos de crescimento do país, mobilizem talento, capital e padrões de governança americanos que irão melhorar o ambiente de investimentos na Ucrânia e acelerar a recuperação econômica do país”, disse.
A ministra da Economia da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, confirmou à Associated Press que o acordo foi assinado em Washington. Em uma publicação no X, ela afirmou: “Junto com os Estados Unidos, estamos criando um fundo que atrairá investimentos globais para o nosso país”.
O acordo deveria ter sido assinado no fim de fevereiro, quando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se encontrou com Trump na Casa Branca. No entanto, um bate-boca entre os dois no Salão Oval fez com que o texto do tratado voltasse à fase de negociações.
Os Estados Unidos buscam acesso a mais de 20 matérias-primas consideradas estrategicamente essenciais, incluindo itens que não são minerais, como petróleo e gás natural.
Entre os minerais, estão os depósitos de titânio da Ucrânia — usados na fabricação de asas de aviões e peças da indústria aeroespacial — e urânio, aplicado em usinas nucleares, equipamentos médicos e armas.
A Ucrânia também possui lítio, grafite e manganês, usados na produção de baterias para veículos elétricos.
Detalhes do acordo
Mais cedo, o governo da Ucrânia anunciou que o texto do acordo precisou passar por ajustes, já que a proposta inicial favorecia excessivamente os interesses dos EUA.
De acordo com o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, a versão mais recente estabelece uma parceria igualitária entre os dois países, com validade de dez anos.
As contribuições financeiras ao fundo conjunto serão feitas em dinheiro, e apenas a ajuda militar concedida após a assinatura do pacto contará na cota americana.
A assistência prestada antes do acordo não será considerada. Diferentemente do rascunho anterior, o texto também não entra em conflito com o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia — ponto considerado essencial por Kiev.