Uma a cada três pessoas é analfabeta funcional no país. Os dados são do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), lançado na segunda-feira (3) pela ONG Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social. Outras informações do levantamento permitem traçar um perfil mais assertivo de quem é o analfabeto funcional no país. Conforme o Inaf, a taxa de analfabetismo funcional é maior entre pessoas acima dos 40 anos: 17% (de 15 a 29 anos) contra 41% (41 a 54 anos).
Além disso, há também um recorte de gênero: a proporção de mulheres funcionalmente alfabetizadas é maior do que a de homens (73% contra 69%, respectivamente estão nos níveis mais altos da escala). Além disso, 53% dos homens são analfabetos funcionais contra 47% das mulheres.
Foram ouvidas 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. A margem de erro varia entre dois e três pontos percentuais.
O alfabetismo funcional envolve o grau de domínio da leitura e da escrita – ou seja, significa a capacidade de utilizar essas habilidades em atividades do dia a dia com diferentes níveis de complexidade. Na prática, o Inaf considera analfabeto funcional a pessoa que consegue apenas ler palavras isoladas e frases curtas ou somente identificar números familiares, como contatos telefônicos, endereços e preços.
Desde 2001, o Inaf traça o cenário do analfabetismo funcional no Brasil, complementando as informações sobre analfabetismo divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE).
O Inaf 2024 foi realizado em parceria com a Fundação Itaú, a Fundação Roberto Marinho, o Instituto Unibanco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
A EJA (Educação de Jovens e Adultos) é apontada como um caminho para contornar o analfabetismo. Porém, dados do Censo Escolar 2024 revelaram uma redução no número de matrículas na modalidade no Brasil, com uma queda de 198 mil alunos em comparação a 2023, atingindo o menor nível de matrículas da história.
Matemática: só 5% dos alunos do 3º ano médio têm bom desempenho
Este conteúdo foi originalmente publicado em Homens e pessoas 40+ estão nas maiores taxas de analfabetismo no Brasil no site CNN Brasil.