Polícia vai pedir exumação do corpo da a irmã de médico preso por suspeita de matar esposa envenenada em Ribeirão Preto, SP


Inquérito vai apurar se Nathalia Garnica, de 42 anos, que morreu um mês antes da professora Larissa Rodrigues, também foi envenenada. Nathalia Garnica
Reprodução/EPTV
A Polícia Civil confirmou que irá pedir a exumação do corpo da irmã do médico Luiz Antonio Garnica, de 38 anos, preso nesta terça-feira (6) em Ribeirão Preto (SP) junto com a mãe, Elizabete Arrabaça, por suspeita da morte da mulher dele, a professora Larissa Rodrigues, em março deste ano.
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O laudo toxicológico no corpo de Larissa apontou envenenamento pela substância conhecida popularmente como chumbinho.
Segundo a polícia, existe a possibilidade de que a irmã do médico, Nathalia Garnica, de 42 anos e que morreu em fevereiro, também tenha sido envenenada. Inicialmente, a morte de Nathalia teve infarto como causa.
“Um mês antes mais ou menos da morte da Larissa, teve a morte da irmã do Luiz. Nós vamos instaurar o inquérito policial e vamos pedir a exumação do corpo para mandar isso para o exame toxicológico e verificar, esclarecer se realmente a irmã foi envenenada”, afirma o delegado Fernando Bravo, chefe da investigação.
Ainda de acordo com Bravo, a irmã de Garnica não tinha problemas de saúde e morreu de forma parecida, com a mãe do médico também estando no local da morte.
Essa mulher também foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. A investigação apontou que ela chegou a ligar para uma amiga perguntando sobre o chumbinho.
“São casos parecidos, a forma foi semelhante, a mãe do médico foi até lá, fez massagem cardíaca, foi muito semelhante, porem não podemos falar que foi envenenamento, só uma análise técnica para esclarecer”, destacou o delegado.
A defesa de Luiz afirmou que não obteve acesso aos detalhes da investigação, mas ressaltou que o cliente é inocente. O g1 não conseguiu posicionamento da defesa de Elizabete.
Veja momento em que médico suspeito de envenenar esposa é preso em Ribeirão Preto, SP
Morte da esposa
De acordo com o boletim de ocorrência, no dia 22 de março, Garnica relatou que chegou ao apartamento do casal no bairro Jardim Botânico, zona Sul da cidade, e estranhou o fato de a mulher não responder ao seu chamado. Ele disse que, depois de procurá-la por diferentes cômodos da casa, a encontrou no banheiro, caída e desfalecida.
Garnica também relatou que, por ser médico, pegou a esposa e a colocou na cama do casal para a realização de procedimentos de urgência, mas que não teve sucesso e chamou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A equipe acionada confirmou a morte da professora no local. O caso inicialmente foi registrado como morte suspeita.
Laudos foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML) e ao Instituto de Criminalística (IC) para apontar as circunstâncias da morte.
O médico Luiz Antonio Garnica foi preso por suspeita de envolvimento na morte da esposa em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
Envenenamento
O primeiro exame no corpo da professora foi inconclusivo e apontou que ela tinha lesões patológicas no pulmão e no coração, além de “cogumelo de espuma”, termo médico que indica contato do ar com líquido do organismo e que pode ocorrer tanto em situações de morte natural e não natural.
Nesta terça-feira, a Polícia Civil cumpriu mandados de prisão temporária contra o médico e a mãe dele após o laudo toxicológico apontar o chumbinho no organismo de Larissa.
De acordo com o delegado, a sogra foi a última pessoa a ver Larissa com vida na véspera da morte. A investigação também apontou que a mulher chegou a ligar para uma amiga perguntando sobre o chumbinho.
“Ela chegou a ligar para uma amiga que é fazendeira para saber se ela tinha essa substância na fazenda. Quando a amiga disse que não, ela pediu indicação de lugar para comprar, mas não foi fornecido ou indicado”, afirma.
A polícia trabalha para descobrir como ela conseguiu a substância e a motivação do crime. De acordo com Bravo, há indícios de que Larissa tenha sido envenenada por dias.
“Há indícios de que foram administrados ao longo da semana, até porque a vítima chegou e relatou para amigos que toda vez que a sogra saiu de casa ela passou mal, com diarreia. Ela teve alguns sintomas, que hoje a gente percebe, já estavam indicando o envenenamento”, diz o delegado.
O médico Luiz Antonio Garnica e a esposa, a professora Larissa Rodrigues, que morreu envenenada em Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
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