Na manhã desta quarta-feira (7), a Polícia Civil deflagrou a Operação Krypteia para desarticular uma organização criminosa envolvida em uma série de crimes como estelionato, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos, adulteração de veículos e lavagem de dinheiro. A ação mobilizou cerca de 120 policiais civis em três Estados.
A ofensiva teve como objetivo cumprir 22 mandados de prisão preventiva e 25 de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Rio de Janeiro, incluindo Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Charqueadas, Arroio dos Ratos, Florianópolis, São José, Palhoça, Criciúma e a capital fluminense. Também foram apreendidos documentos e aparelhos celulares que serão analisados pelos investigadores.
Investigação
A investigação teve início a partir de um registro de ocorrência policial na cidade de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, onde uma vítima relatou ter adquirido um veículo anunciado no Facebook. Após efetuar o pagamento de R$ 80 mil e receber o documento de Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e), a vítima foi surpreendida no DETRAN com a informação de que o automóvel era produto de furto/roubo. O veículo original havia sido roubado no bairro Moinhos de Vento, na Capital gaúcha, dias antes.
Segundo apurado na investigação, o líder do grupo — atualmente preso em uma penitenciária gaúcha e condenado a mais de 70 anos de reclusão — adquiria veículos furtados ou roubados no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina. Com o apoio de integrantes externos, incluindo sua companheira, os automóveis eram encaminhados a outra célula da organização, responsável pela clonagem e falsificação dos sinais identificadores.
Após a clonagem do veículo, os dados da nova placa eram repassados a um indivíduo do Rio de Janeiro, de 24 anos, estudante de tecnologia e programação de dados. Utilizando engenharia social, ele conseguia invadir a conta gov.br do proprietário original e obter acesso à documentação veicular.
Com o veículo clonado e a documentação fraudulenta em mãos, os criminosos anunciavam a venda em marketplaces por um valor abaixo do praticado no mercado, atraindo interessados que acabavam efetuando a compra. Nesse processo, com o acesso indevido ao aplicativo gov.br, um dos envolvidos realizava a transferência dos documentos do carro original para a vítima. Esta, ao se dirigir ao DETRAN para vistoria, descobria que havia adquirido um automóvel furtado ou roubado.
Enquanto isso, os valores pagos pela vítima já haviam sido dispersados pela célula financeira da quadrilha, localizada em Santa Catarina. Essa célula utilizava empresas de fachada para lavar e ocultar os recursos obtidos de forma ilícita, repassando posteriormente os lucros aos demais membros da organização criminosa.
A ação de hoje teve como alvos o líder da organização, seus familiares, operadores financeiros, braços logísticos, responsáveis pelas clonagens e invasões, além de outros envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro e apoio à estrutura criminosa.
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